quinta-feira, 4 de novembro de 2010

OXUM

Qualidades

Arquétipos

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Oferenda

Orixá originário da terra de Ijexá. Genitora por excelência, ligada particularmente à procriação. Deusa das águas doces, reina sobre os rios, também divindade do ouro e dos metais amarelos. Coquete e vaidosa, foi segunda esposa de Xangô, tendo vivido anteriormente com Ogun, Orunmilá e Oxóssi.

Oxum é o nome de um rio em Oxogbo, região da Nigéria. É ele considerado a morada mítica da Orixá. Apesar de ser comum a associação entre rios e Orixás femininos da mitologia africana, Oxum é destacada como a dona da água doce e, por extensão, de todos os rios. Portanto seu elemento é a água em discreto movimento nos rios, a água semiparada das lagoas não pantanosas, pois as predominantemente lodosas são destinadas à Nanã e, principalmente as cachoeiras são de Oxum, onde costumam ser-lhe entregues as comidas rituais votivas e presentes de seus filhos-de-santo.

Oxum tem a ela ligado o conceito de fertilidade, e é a ela que se dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua a responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação como pelas crianças recém-nascidas, até que estas aprendam a falar.

Dentro desta perspectiva, Iemanjá e Oxum dividem a maternidade. Mas há também outro forma de análise; a por faixas etárias, correspondentes a cada arquétipo básico.

Nanã é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder sobre a família e o perdeu, sentindo-se relegada a um segundo plano. Iemanjá é a mulher adulta e madura, na sua plenitude. É a mãe das lendas – mas nelas, seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Oxalá (sendo a segunda esposa do Orixá da criação, e a primeira é a idosa Nanã), não é jovem. É a que tenta manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades contrastantes, é a que chora, pois os filhos adultos já saem debaixo de sua asa e correm os mundos, afastando-se da unidade familiar básica.

Para Oxum, então, foi reservado o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo de adolescente, coquete, maliciosa, ao mesmo tempo que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês. Começa antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não no seu desenvolvimento como adulto. Oxum também tem como um de seus domínios, a atividade sexual e a sensualidade em si, sendo considerada pelas lendas uma das figuras físicas mais belas do panteão mítico iorubano.

Oxum é ambiciosa; sua cor é cobre com raias de ouro. Segundo a tradição ioruba, seu metal é o cobre – mas a correlação com o ouro não está basicamente errada, pois, de acordo com os historiadores, o cobre era o metal mais caro conhecido naquela região. Oxum portanto, gosta das riquezas materiais, mas não numa perspectiva de usura nem uma mesquinhez de quem quer ter riquezas para escondê-las.

A iniciação (na Umbanda ou no Candomblé) é um nascimento e o poder da fecundidade tem de estar presente, pois Oxum mostrou que a menstruação, em vez de constituir motivo de vergonha e de inferioridade nas mulheres, pelo contrário proclama a realidade do poder feminino, a possibilidade de gerar filhos.

Além disso, o fluir nada fixo da água doce pelos diversos caminhos, a maneabilidade do elemento se manifestam no comportamento de Oxum. Sua busca de prazer implica sexo e também ausência de conflitos abertos – é dos poucos Orixás iorubas que absolutamente não gosta da guerra.

Maternal, carinhosa e muito afeita às crianças, amante da beleza e do adôrno. Também é chamada de Iyálòóde, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade. Seus axés são pedras do fundo do rio Oxum, jóias de cobre, no Brasil, pedras de rio e adornos de metal amarelo. Sua cor e contas, é amarelo-ouro, sua saudação: Ore Yèyé o!!!, chamemos a benevolência da mãe!!!

Qualidades

Existem 16 tipos diferentes de Oxum, das quase adolescentes até as mais velhas, sendo portanto 16 o número sagrado da mãe da água doce. Diz a lenda que as mais velhas moram nos trechos mais profundos dos rios, enquanto as mais novas nos trechos mais superficiais. Entre essas 16, três são marcadas como guerreiras (Apara, a mais violenta, Iê Iê Kerê, que usa arco e flecha, e Ié Ié Iponda, que usa espada), mas a maior parte delas é mais pacífica, não gostando de lutas e guerras, desde Oxum Obotó, muito suave e feminina, até a versão mais velha, a não menos vaidosa Oxum Abalo.

  1. Abalu (a mais velha de todas) - ABALÔ (carrega ogum é uma iansã)

  2. Jumu ou Ijimu (a mãe de todas, estreita ligação com as Ìyámi)

  3. Aboto ou Oxogbo (feminina e coquete, ajuda as mulheres terem filhos)

  4. Apara (a mais jovem e guerreira)

  5. Ajagura (guerreira)

  6. Yeye Oga (velha e enquizilada)

  7. Yeye Petu

  8. Yeye Kare (guerreira)

  9. Yeye Oke (guerreira)

  10. Yeye Onira (guerreira)

  11. Yeye Oloko (vive nas florestas)

  12. Yeye ponda (esposa de Oxóssi Ibualama, guerreira e porta um leque)

  13. Yeye Merin ou Iberin (feminina e coquete)

  14. Yeye Àyálá ou Ìyánlá (a avó, que foi mulher de Ogum)

  15. Yeye Lokun ou Pòpòlókun (que não desce sobre a cabeça de suas filhas)

  16. Yeye Odo (dos perdões)

Arquétipos

  • O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas – tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo diretamente, por isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.

  • A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante, colabora a tendência que os filhos de Oxum têm para engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral.

  • O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida sexual intensa e significativa, mas diferente dos filhos de Iansã ou Ogum.

  • Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim com apreciam o destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que constroem cautelosamente.

  • Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para gostarem muito de alguém que não eles próprios – mas sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres mais apaixonados e dedicados do mundo.

  • Faz parte do tipo, uma certa preguiça coquete, uma ironia persistente porém discreta e, na aparência, apenas inconseqüente. Verger define: O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras.

  • Até um dos defeitos mais comuns associados à superficialidade de Oxum é compreensível como manifestação mais profunda: seus filhos tendem a ser fofoqueiros, mas não pelo mero prazer de falar e contar os segredos dos outros, mas porque essa é a única maneira de terem informações em troca.

  • São pessoas graciosas, elegantes, sensíveis e delicadas. O encanto são armas para conseguir o que desejam, chegam a ser infantis, não recusam nada, premunição, podem ser perigosas, falsas, egoístas, calma, adoram jóias, tendência a perde-las, buscam sempre uma posição social, emotivas, voz suave, independentes, meigas, sorridentes e muitas vez preguiçosas, tem tendências a muitos problemas conjugais e são muito astutas.

Ervas

  • Teté = Bredo sem espinhos

  • Orim-rim = Alfavaquinha

  • Odum-dum = Folha da costa

  • Efim = Malva branca

  • Omim = Beldroega

  • Já = Capeba

  • Ìróko = Folha de loko

  • Pepe = Malmequer branco

  • Teterégún = Canela de macaco

  • Monan = Parietária

  • Jamin =Cajá

  • Tolu-tolu = Papinho de peru

  • Aferé = Mutamba

  • Eim-dum-dum = Folha da fortuna

  • Obô = Rama de leite

  • Omin-ojú = Golfo branco

  • Ilerin = Folha de vintém

Oferenda

  • Omolokum para Oxum

    • Ingredientes:

      • 500g. de feijão fradinho

      • 1 cebola

      • Azeite de oliva

      • 8 ovos

    • Modo de preparo:

      • Cozinhe o feijão fradinho com cebola e azeite de oliva, depois de cozido amasse-o bem até formar uma pasta. Coloque um recipiente de louça enfeite com os 8 ovos cozidos cortados em quatro e regue com bastante oliva.

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