sexta-feira, 24 de junho de 2011

O SAGRADO NAS CULTURAS INDÍGENAS - Por Benedito Prezia



O SAGRADO NAS CULTURAS INDÍGENAS Por Benedito Prezia*
Este estudo mostra a dimensão religiosa dos indígenas do Brasil, nas suas mais diversas etnias, privilegiando os povos Tupi e Guarani, pois foram eles os que mais marcaram as práticas religiosas populares do povo brasileiro. Tenta mostrar também o desafio para os cristãos em conhecer essa dimensão nas populações indígenas, em vista do diálogo inter-religioso e da prática macro-ecumênica, tão urgente para as Igrejas cristãs.
“Há cinco séculos enfrentamos a evangelização no Brasil. Dentro desses séculos, só vimos a dominação, a exploração e o extermínio do nosso povo e a perda da nossa identidade cultural indígena. Para nós, a Boa Nova já existe dentro das nossas convivências.”
Esse brado, em defesa da cultura e religiosidade indígenas, foi lançado pela delegação de povos nativos, presente ao V Congresso Missionário Latino-americano, COMLA-5, em Belo Horizonte, em julho de 1995.
É também um desafio lançado às Igrejas cristãs, que muito pouco conhecem e respeitam essas expressões religiosas.
Durante muito tempo falou-se em índio, como se fosse uma categoria única, biológica, sem levar em conta a realidade cultural. Esse conceito foi uma criação colonial, baseada num erro histórico, já que navegantes espanhóis, ao chegar nas Antilhas, acreditavam ter chegado nas Índias.
Na realidade o que existe é uma variedade enorme de povos com história e culturas diferentes, vivendo nesse continente há mais de 20 mil anos.
Ao longo da história do Brasil, os indígenas, isto é, os nativos, sempre foram definidos pela negação: não têm escrita, não têm religião — “pois não têm templos nem ídolos” , como dizia um jesuíta na época colonial –, não têm lei, não têm governo e não têm história.
O que antes era visto como ausência ou limitação, vê-se que é simplesmente uma maneira diversa de ser. Não são piores e nem melhores do que nós. São simplesmente diferentes.
Apesar da diversidade cultural, nesse texto vamos abordar as características religiosas que lhes são comuns ou encontradas em muitos povos do Brasil, privilegiando de certa forma os povos Tupinambá e Guarani, que foram os que mais marcaram nossa cultura brasileira e nossa religiosidade popular, por terem sido os povos com os quais convivemos por mais tempo.



1. O PROFUNDO SENTIDO DE DEUS
A idéia de Deus perpassa todas as religiões indígenas. Muitos desses povos têm a noção de um Deus criador, mas de um Deus que cria e, em seguida, se afasta, intervindo no mundo através de entidades espirituais ou heróis civilizadores, isto é, humanos com grandes poderes. Outras vezes esse herói é também o ancestral de um povo.
Para os Tupinambá, povo que ocupou grandes áreas da costa brasileira, Deus criador era chamado de Monã, que significa o ancião. Criou o céu, a terra, os homens e tudo o que existe. Devido à maldade dos homens destruiu essa primeira terra pelo fogo. Houve apenas um sobrevivente, Maíra Mona, que pediu que a restaurasse. Uma grande chuva apagou o incêndio, surgindo aí uma nova terra. Um conflito entre dois irmãos — Tamoindaré e Arikuté, descendentes de Maíra-Monã –, desencadeou uma nova catástrofe, um dilúvio, que destruiu novamente a terra. Salvaram-se apenas esses dois irmãos, com suas esposas, porque conseguiram subir em cima de uma palmeira e de um jenipapeiro. De Tamoindaré descendem os Taupinambá e de Arikuté, descendem os Temiminó e isso explica porque até hoje são inimigos.
Os Guarani chamam a Deus pelo nome de Nhanderu, o nosso primeiro pai. Foi ele quem dispersou as trevas primordiais com a luz de sua sabedoria. Criou o mundo, colocando-o sobre duas traves cruzadas, que por sua vez são apoiadas sobre quatro palmeiras. No dia em que essas palmeiras desabarem, será o fim do mundo material.
O presente mundo é apenas uma cópia ou sombra do verdadeiro mundo, que fica no Além. Por isso todo empenho dos Guarani é alcançar o Yvy marã’ ei, a Terra sem Mal, onde as pessoas não envelhecem, onde não é preciso trabalhar, onde a caça já vem aos pés do caçador e onde não há sofrimento e nem morte.
Muitas outras sociedades indígenas não possuem a idéia de um Deus criador, como é o caso do povo Xavante e dos povos de língua jê. Seus mitos de origem começam com um mundo já criado, havendo demiurgos que vão amparar e proteger os humanos.
Entre outros povos há um mundo povoado por diferentes categorias de seres, com poderes muito diferenciados, que trazem benefícios e malefícios aos humanos.

2. O SAGRADO E O PROFANO
No universo indígena não há separação entre o sagrado e o profano. Tudo é sagrado: a natureza, a vida e a morte.
A doença não é vista como algo físico, corpóreo, mas conseqüência de um malefício espiritual praticado por alguém. É o que chamamos de feitiço e que pode ser controlado pelo pajé. O feitiço existiu em todos os povos da antiguidade e ainda existe em muitas culturas. Entre os Guarani é chamado de mohã-vai.
Pode ser provocado por diversas maneiras como restos de comida, objetos pessoais ou elementos ou adornos do corpo, como um fio de cabelo ou uma peça de roupa. Há casos em que a última pessoa que tenha visitado um doente e este venha a falecer, possa ser acusada de provocar aquela morte.
Para combater o feitiço há rezas fortes, que entre os Guarani são chamadas de nheengaraí.
Quando um pajé não consegue tirar um feitiço ou evitar a morte de alguém, é considerado incompetente, podendo mesmo ser responsabilizado por aquela morte. Nesse caso ele precisa mudar de aldeia para não ser perseguido ou desmoralizado ou até morto.
Essa união entre o sagrado e o profano faz com que todas as ações precisam ser iniciadas com uma oração ou um sinal religioso. Por isso o Guarani reza antes de entrar na mata para caçar; reza para pedir a bênção dos grãos, que serão plantados; reza para abençoar a erva mate, usada no chimarrão; reza antes de viajar, reza antes de fazer uma fala, pedindo que Deus o inspire para dizer apenas as coisas boas; reza enfim sempre e em todo lugar.
Para os Guarani não havia canto profano. Todo canto era sagrado, fruto de uma inspiração divina, recebido geralmente através do sonho. Hoje, com a comercialização da cultura, começaram a fazer cantos profanos, como os gravados em CDs para serem comercializados, não sem protestos dos mais velhos.
O brasileiro deve ter herdado dos indígenas esse hábito de colocar o nome de Deus e de Jesus em muitos locais, ditos “profanos”, como na frente ou no pára-choque do caminhão, em muros e out-door. Não é de se admirar que após uma vitória numa partida internacional de futebol, vamos presenciar jogadores brasileiros, de joelhos, de mãos dadas, rezarem o pai-nosso. Ou dizer com muita freqüência “se Deus quiser”, embora seja também uma recomendação do Alcorão, trazida por nossos antepassados portugueses.

3. A NATUREZA COMO LUGAR SAGRADO
Nas sociedades tradicionais a natureza é sempre vista com o olhar religioso. Os quéchuas do Peru chamam a terra de mãe – pacha mama.
Os povos indígenas da América do Norte também tiveram essa percepção. Muito conhecida e antológica é a carta que o cacique Seatle enviou ao presidente dos Estados Unidos, explicando porque se recusava a vender parte de suas terras:
"Cada pedaço dessa terra é sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia nas praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória de meu povo. Somos parte dessa terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, os potros com seu corpo quente e o homem, enfim todos pertencem à mesma família.Essa água brilhante que corre pelos riachos e rios não é apenas água, mas é o sangue de nossos antepassados. O murmúrio das águas é a voz de nossos ancestrais. Os rios são nossos irmãos e saciam nossa sede".
Entre os povos indígena do Brasil há também esse respeito à terra, não só como chão sagrado, que alimenta e dá vida, mas também como morada dos espíritos. Davi Kopenawa, do povo Yanomami, afirma que dentro das serras moram os Xapori, Hekura, os espíritos da natureza. E entre as serras têm os caminhos dos Xapori. Ninguém vê, só pajé conhce essa ligações. As serras são lugares sagrados, lugares onde nasceram os pirmeiros Yanomami, onde suas cinzas foram enterradas. Nossos velhos deixaram que as serras sejam respeitadas, não queremos que sejam destruídas. Queremos que estes lugares sejam preservados para não acabar com nossa história e com nossos espíritos.
Por considerarem os rios igualmente morada dos espíritos, evitam urinar em suas águas.
Muitas são as entidades que protegem a mata e os animais, sendo chamados de donos da mata, como é o Curupira, ou donos dos animais. Cada espécie tem uma entidade protetora. Estes são os guardiões, que punem os que faltam de respeito à natureza e os caçadores que matam fêmeas com filhotes ou que caçam simplesmente por prazer.
Essa relação de amizade quase humana com os elementos da natureza encontramos entre o povo Mynky, que vive no oeste do Mato Grosso.
Elizabeth Rondon Amarante, que vive com eles há mais de 20 anos, deixou-nos esse belo relato:
"Wajakuxi parece não ter pressa. Acerta uma machadada e pára. Alisa o tronco, contempla lá em cima a copa da árvore e fala sozinho. Sozinho não: conversa com a árvore, e como que pede perdão de a estar matando. Mais dois golpes e torna a acariciar e torna a contemplar e torna a conversar. Sua atitude se explica: a mata é sua morada e cada árvore tornou-se para ele um ser amigo. Derruba-se por necessidade, porque o plantio da roça é subsistência do povo".
E continua a descrever esse povo:
O Mynky é um povo caçador.(…) Caçar é seu trabalho, é sua missão de marido e de pai. Caçar é sempre um prazer, uma festa e muitas vezes um ritual. (…) Ele é dono desse universo, o dono que se serve da natureza, mas não depreda; o dono que mata o animal, mas não esperdiça; o dono que derruba a árvore, mas não devasta a floresta.
E como diz Viveiros de Castro, ao contrário de povos de outros continentes, os povos indígenas americanos apresentam religiões muito próximas da natureza e muito austeras, do ponto de vista material. “São muito mais religiões da palavra, da experiência onírica [do sonho], do transe. Nesse sentido são muito mais místicas e muito menos materialistas”.
4. CULTURA DA PARTILHA E DO ACOLHIMENTO
A generosidade é a marca da cultura indígena. Para esses povos não há propriedade particular. O que é de um é de todos.
Os europeus, ao chegarem aqui, ficaram surpresos com essa realidade. Hans Staden, alemão que viveu vários meses entre os Tupinambá como prisioneiro, na metade do século 16, assim os descreveu: “Não existe entre eles propriedade particular, nem conhecem dinheiro. Seu tesouro são penas de pássaros. Quem as tem, é rico e quem tem cristais para [enfeitar] os lábios, é dos mais ricos.”
Não havia e, ainda não há na maior parte das aldeias, diferença social, isto é, pobres e ricos. A disparidade social existente no mundo ocidental muito chocou os Tupinambá, que estiveram na França, no início do século 17, e que serviu de reflexão filosófica para o pensador francês Montaigne: “Observaram que há entre nós gente bem alimentada, gozando as comodidades da vida, enquanto metades [uma grande parte] de homens emagrecidos, esfaimados, miseráveis mendigam às portas dos outros”.
Para evitar acumulação da propriedade, certos povos criaram rituais que realizam a redistribuição dos bens, acumulados ao logo do tempo, como ocorre ainda hoje entre os Tapirapé do Mato Grosso. É o rito do kaawin-ô, realizado a cada dois ou três anos. Prepara-se uma grande quantidade de cauim, sendo que parte é levada numa cuia para que os adultos que vão participar possam tomar um pouco dele. Ao provar a bebida, a pessoa cospe um pouco no chão, mostrando que aceita participar desse ritual. Nesse momento as pessoas que acompanham o grupo cerimonial têm o direito de pegar o que desejarem da casa daquela pessoa. “Há ao mesmo tempo desprendimento e audácia, que podem causar admiração e medo” comenta Irmã Odila, que vive há anos com eles. Em pouco tempo “cama, colchão, cadeira, fogão a gás, pasta de urucum, arara, galinha, tudo muda de proprietário em apenas uma manhã”, num grande movimento redistributivo".
Entre os Bororo os bens da pessoa desaparecem no momento da morte. Um dos elementos do ritual consiste em queimar os pertences do morto, destruindo assim a idéia de herança. O que se transmite são os valores morais e espirituais.
Entre outros povos esse processo é feito de forma mais espontânea e em algumas comunidades praticamente não existe a noção de propriedade particular, tudo podendo ser de todos.
Um outro aspecto é o acolhimento. Nessas comunidades a família não é restrita apenas ao pai e à mãe, como em nossa sociedade, mas é formada pela família extensa, que inclui os avós, os tios maternos e paternos. Se faltar um dos membros do casal — o pai ou a mãe, devido à morte ou separação –, a criança não fica desamparada, pois é acolhida por outra pessoa da família, como o tio ou o avô. Isso explica porque nas comunidades indígenas não existe criança abandonada ou menor carente.

5. UM CULTO FESTIVO
Ao contrário de nossa cultura ocidental, onde a oração geralmente é um ato pessoal e muitas vezes silencioso, nas culturas indígenas o culto é feito de forma coletiva, com cantos e danças. A dança sempre é ritual e religiosa.
Certa vez, na aldeia Tapirapé, um indígena ao ver uma das Irmãs de Foucauld, que vivia entre eles, rezando na capela, sozinha e de cabeça baixa, perguntou mais tarde porque ela estava triste. Assim os rituais são sempre festivos, e celebrando com abundância de comida e bebida.
Como diz o antropólogo padre Bartomeu Melià, “a festa guarani pode ser considerada como um sacramento, segundo o qual os produtos materiais que serão consumidos são benzidos e rezados no canto-dança religioso”. E continua comentando: “A festa guarani não é apenas um cerimonial, mas a metáfora concreta de uma economia de reciprocidade vivida religiosamente”.
Por isso pode-se medir a vitalidade de uma aldeia pela freqüência de suas festas. A falta de festa, de celebrações, é sinal de que a comunidade está em crise, ou por falta de rezadores e líderes, por desestruturação ou por falta de comida.
Mesmo quando o ritual é mais triste, como na festa do Kiki — ritual fúnebre dos Kaingang de Santa Catarina –, termina sempre com uma grande celebração, com muita bebida e dança ao redor das fogueiras.
Esse traço festivo encontra-se no catolicismo popular, onde as comemorações religiosas são marcadamente festas profanas, sendo que algumas delas entraram para o folclore brasileiro, como as festas juninas. Nelas vamos encontrar fortes traços não só da festa do milho, tradicional nas culturas tupi e guarani, como também na festa kaingang do Kiki, onde há a fogueira e a bebida quente.
Não sem razão José Honório Rodrigues escreveu, ao comentar sobre a cultura brasileira no início do século 19, que “a religião perdeu, entre nós, o ar sinistro das práticas peninsulares, e ganhou alegria, adaptando-se ao povo, às populações mestiças, amigas do batuque, do foguetório, dos repiques de sinos e alheias às sutilezas do dogma”. E isso se deve muito às influências culturais indígenas e africanas.

6. POVOS TOLERANTES E SEM PROSELITISMO
Os indígenas são povos de religiões sem dogmas. O importante para eles não é um código escrito e imutável, mas as tradições orais baseadas em mitos e nas falas dos mais velhos. As referências mais importantes são a tradição do grupo étnico e a inspiração divina, que vão orientar a conduta pessoal e comunitária.
Os povos indígenas são tolerante, agregantes e não missionários. Esse traço vamos encontrar, sobretudo, na umbanda — a mais brasileira das religiões –, justamente por esse caráter sincrético, onde encontramos elementos católicos, africanos, indígenas, sertanejos e espíritas.
Essa característica encontra-se também na religião popular brasileira, não só entre os católicos, que são bastante sincréticos na sua prática religiosa, como também entre os pentecostais. Seguramente essa é uma das explicações para a proliferação de Igrejas pentecostais, marcadas por uma religiosidade festiva e emocional, centrada no milagre, no exorcismo e na garantia da salvação.
A rigidez dogmática de algumas Igrejas protestantes foi compensada no pentecostalismo pela possibilidade de se criar novas Igrejas, surgidas a partir da visão particular do pastor, que encarna bem a figura do pajé indígena. É a concretização de uma espécie de Igreja doméstica, com um culto familiar.
Uma coisa que diferencia a tradição indígena das igrejas evangélicas é o extremado proselitismo dessas últimas, que contrasta com o profundo respeito que o indígena tem pela opção individual de cada um.
Para os indígenas a noção de salvação — que para eles é alcançar a Outra Terra, a Terra sem Mal – está muito mais ligada à pertença da pessoa àquele determinado grupo étnico e ao cumprimento de suas normas, do que à adesão à uma doutrina ou à uma perfeição pessoal, como no caso de várias religiões ocidentais.
7. O PAJÉ E O XAMANISMO
O pajé, nome de origem tupi, é o mesmo que xamã, termo usado na antropologia, originário de uma língua siberiana. Ele é o intermediador entre o mundo material, em que vivemos e o mundo espiritual dos espíritos. Exerce não só a função de sacerdote como também a de médico. Além de ter o segredo das plantas, vai atuar nas causas das doenças, descobrindo as forças espirituais que a desencadearam.
Durante muito tempo o xamã foi visto como uma pessoa ligada a cultos primitivos, “arcaicos” e que seriam abandonados à medida que as pessoas tivessem acesso às culturas “superiores”. Tal situação não ocorreu, pois o xamanismo tem se desenvolvido muito nos países de alta tecnologia, onde as pessoas estão buscando nas religiões ligadas à natureza respostas aos problemas da vida moderna.
No xamanismo indígena, o pajé não é uma função hereditária e nem é fruto de uma opção pessoal, embora entre alguns povos da Amazônia, como os Araweté, do Pará, todos são potencialmente pajés.
Mas na maioria dos povos indígenas, a pessoa é escolhida por entidades espirituais, manifestadas, sobretudo, por sonhos ou pela capacidade de previsões futuras. Entre os Pankararu, de Pernambuco, esse sinal é dada por uma semente que aparece à pessoa, dizendo que ela poderá assumir a função de pajé, quando a pessoa, vestida com roupa ritual participa de determinadas danças religiosas.
Uma vez escolhida, caso a aceite, essa pessoa passa por um período de preparação com outros pajés, para aprender rituais e o contato com os espíritos.
Basicamente compete ao pajé curar as pessoas, predizer o futuro, expulsar espíritos maus, comunicar-se com os espíritos e compor cantos.
O transe na pajelança pode ocorrer com a ingestão de substâncias alucinógenas. O tabaco, usado no cachimbo é importante elemento do ritual e serve para a cura e como purificador do ambiente, como ocorre com os Guarani Mbyá.
Nessa interpenetração entre os vários mundos, muitas vezes o pajé pode assumir a figura de um animal, como relata Orlando Villas Boas, o que facilita seu contato com o mundo espiritual.
Pelo poder que têm, os pajés são temidos e respeitados. Como escreveu Frei Claude d’Abbeville, no século 17, os índios entretanto apreciam os pajés; tratam-nos bem em qualquer lugar que se encontrem. São honrosamente mencionados em seus cantos e bem acolhidos nas danças e cauinagem [festas com cauim] e em todas as cerimônias, pois todos acreditam que as coisas correm bem quando são amigos dos pajés e, ao contrário, muito mal, se não os agradam.
Não sem razão Gunter Kroemer afirma que “os povos indígenas resgataram o aspecto coletivo da magia”, que nosso mundo racionalista havia perdido, vindo daí o grande interesse atual pelo xamanismo".
Interferindo no mundo material, sobretudo na natureza, podemos dizer que o xamanismo possui também um papel social e ecológico, influenciando a comunidade na preservação da natureza, como observa o citado autor.
Além dos pajés-auxiliares, em algumas culturas as mulheres poder exercer essa função, tendo persistido essa figura em nossas benzedeiras.
Entre os povos tupis havia também o pajé andarilho, chamado karaíba, espécie de missionário ambulante, que circulava pelas várias aldeias, exortando e fazendo curas.
Esse traço do pajé ambulante permaneceu, sobretudo no Nordeste, na figura dos beatos, que através de uma vida penitente e pobre, que vão de povoado em povoado reconstruindo oratórios, recitando o terço e ladainhas e até aglutinando pessoas, em volta de si, num projeto de vida comunitária, como foi o caso do Beato Lourenço, do Caldeirão, no Ceará, na época do pe. Cícero, ou os líderes político-comunitários, como Antônio Conselheiro, na Bahia, ou o beato João Maria, em Santa Catarina, no começo do século passado.
8. AS ALMAS E A VIDA DEPOIS DA MORTE
O mundo espiritual é muito presente entre os povos indígenas, pois é marcado pela busca de uma terra boa, um mundo onde não haverá sofrimento e nem morte. Os povos tupis, em geral, e os Guarani, em particular, acreditam em três almas: a espiritual, responsável pelas boas inclinações; a animal, da qual derivam o temperamento e as más inclinações; e a sombra.
Quando a pessoa morre, a alma espiritual inicia a caminhada para a Terra sem Mal, enquanto a alma material fica vagando perto da aldeia ou no cemitério, onde foi enterrada, até que o corpo se decomponha. Por isso muitos Guarani evitam passar por esses lugares.
A morte violenta ou acidental é uma situação difícil para muitos desses povos, pois é uma situação em que não houve tempo para o falecido se preparar. Por isso sua alma pode interferir negativamente junto à comunidade. Isso também se vê na cultura brasileira, onde o local, onde alguém morreu de forma violenta ou num acidente, é marcado com uma cruz.
O culto das almas, que têm tanto espaço na religião popular, encontra aí uma de suas raízes. O sonho é o momento em que a alma sai do corpo, indo para o Além, podendo entrar em contato com outras pessoas e outros lugares. A doença é a saída temporária da alma, sendo que a morte é a saída definitiva.
A busca do paraíso, chamado de Terra de Maíra ou Terra sem Mal, foi sempre muito forte entre os povos Tupi, levando-os a constantes migrações, sobretudo em épocas de crise social.
Alguns o situam a Oeste, depois das altas montanhas (os Andes), o que levou um grande grupo Tupi a migrar para o altiplano peruano, tendo alguns sobreviventes dessa longa peregrinação chegado à cidade de Quito, no Equador, no final do século 16.
Mais comumente é situado a Leste, depois das grandes águas, isto é, depois do oceano. Por isso os europeus, ao chegarem aqui, foram considerados pessoas divinas, vindas desse mundo, recebendo nomes religiosos, como foi o caso dos franceses, chamados de Maíra, e dos portugueses, de Karaíba.
Alguns indígenas aceitavam de bom grado embarcar para a Europa, acreditando estar indo para essa terra, como se lè em relatos do século 16. A presença Tupi em todo o litoral sudeste e nordeste, a partir do século 10, e a vinda dos Guarani em épocas recentes, mostram que essa localização era muito presente.
Era uma terra de felicidades e de fartura e onde não havia sofrimento ou doença. “O mantimento há de crescer por si, sem serem plantados, relata Anchieta, e as caças do mato se lhe hão de vir a meter em casa.” [41] E conclui o missionário: “As velhas se hão de tornar moças e para isso fazem lavatórios de algumas ervas com que [se] lavam.”
Para eles a vida presente era imperfeita e, de certa forma, má. Por isso todo o esforço do ser humano devia ser em alcançar a outra terra, a morada de Maíra. Os pajés seriam os únicos a entrar em vida. Segundo os Tupinambá, para lá vão apenas as almas dos valentes e das mulheres que demonstrassem bravura na guerra ou que tivessem ajudado seus maridos nos rituais de morte. Os medrosos, “que não lutaram para defender sua terra” não poderiam entrar.
Seguramente essa idéia de paraíso esteja na raiz de muitos movimentos messiânicos nos Brasil, como o de Antônio Conselheiro, na Bahia, o do Contestado, em Santa Catarina[43] e no movimento pouco conhecido, ocorrido em Catulé, no nordeste de Minas Gerais.
A idéia de uma terra boa no Além domina também a religiosidade popular brasileira, haja vista a quantidade de igrejas evangélicas que prometem a salvação imediata para seus adeptos, chegando muitas anunciar a volta próxima de Cristo, numa visão milenarislista.

CONCLUSÃO
Podemos concluir esse breve estudo mostrando que esses ideais religiosos indígenas poderão inspirar os sonhos de um mundo mais humano e mais espiritualizado, dando-nos esperança e despertando utopias. E com disse um dia, Dom Pedro Casaldáliga:
Vós sois nossa causa perdida salvadora! Vós sois a necessária e urgente Utopia!
A nova inevitável esperança de todo um continente
Rogai por nossas vidas sem arco e sem estrelas!
Texto extraido da Revista Uniclar, São Paulo: Publicação da Faculdade Claretiano, Ano IX – Numero 1, 2007. (Revista comemorativa dos 10 anos de Ciências da Religião)

segunda-feira, 14 de março de 2011

MENSAGEM DE TOURO SENTADO

Saudações do Mundo Espiritual, onde vivem os espíritos que atualmente não estão encarnados.

Eu agora não tenho o mesmo nome que tinha na encarnação que fiquei mais conhecido, mas utilizarei o mesmo nome para vocês reconhecerem melhor quem está falando com vocês.

Naquela época, fui o Chefe de uma tribo indígena norteamericana, especificamente uma tribo Sioux, e fiquei conhecido como “Touro Sentado”.

Nós vivemos em paz e harmonia com a Natureza, tirando Dela apenas o que precisávamos. Somente caçávamos o número de bisões necessários para nos alimentar. Com a chegada do homem branco, tudo mudou; eles tiraram nossa terra da gente e nos confinaram em uma reserva, tiraram nossa liberdade e nosso direito de viver na terra sagrada de nossos ancestrais.

Os homens brancos começaram a massacrar bisões que pastavam em nossas pradarias e isso era a base de nossa comida, e faziam isso apenas pelo fato de gostarem de caçar. A sede de sangue deles não tinha limites, e nessa falta de consciência eles praticamente dizimaram todos, não fosse por outros homens brancos que se associaram em defesa dos animais para evitar sua completa extinção. Mas o prejuízo já tinha sido feito; eles mataram centenas de milhares deles, pela única razão de gostarem de caçá-los.

Este e outros atos selvagens dos primeiros colonizadores brancos nas terras da América do Norte, e outras atividades desumanas que ainda estão sendo praticadas nos dias de hoje, estão criando um destino trágico que será muito doloroso para o povo norteamericano, pois cada ação que um ser humano faz tem repercussões no que virá a seguir em toda a população.

Por isso é muito importante que cada um de vocês, hoje, não apenas na América do Norte, mas em todas as Américas, Europa e todas as terras que estão acima dos oceanos, ajam no sentido de contra-atacar todas as atrocidades feitas em nome da colonização, que vocês chamaram de “progresso”, que para mim tem sido um retrocesso, pois os atos indignos e repugnantes do ser humano causaram a quase extinção de muitas espécies animais, e poluíram e macularam a terra e os oceanos que a Mãe Natureza nos deu para que pudéssemos viver Nela.

Acredito, e também o Grande Espírito, que todos vocês possam retificar em tempo de prevenir que todo o planeta fique sem recursos. Não permita que futuras gerações se sintam envergonhadas pela maneira que vocês trataram nossas terras e oceanos, e o que é pior, que eles os maldigam por terem deixado um planeta poluído sem recursos naturais para que eles possam subsistir.

Touro Sentado

Canalizador: Kris Won

Tradução: Alexandre

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SOU BRUXA...

EU SOU BRUXA...

Eu sou uma bruxa porque Sempre que abro os olhos ao despertar, me emociono por mais um dia para viver, livre e comprometida com as coisas e as causas da Grande Mãe. Neste momento procuro refletir a respeito dos tantos dias que nos foram tirados, por inveja, injúria e cobiça e peço luzes e força a Deusa Mãe para o dia de hoje.
Sou uma bruxa porque ao abrir as janelas e respirar o ar da manhã, agradeço a Deusa pelo dom da vida, e celebro o pai ar pela sua presença em mim.
Sou uma bruxa porque, ao me alimentar, celebro aquele bendito alimento e bendigo todos aqueles que contribuíram com seu trabalho para que o mesmo chegasse à minha mesa.
Sou uma bruxa porque, sempre de alguma forma, renasce o amor em mim, e minha alma agradecida transmite luz.
Sou uma bruxa porque sempre me envolvo e me comprometo a serviço da justiça e da paz no mundo.Sou uma bruxa porque estou sempre insistindo em abrir as portas do meu coração para transmitir os ensinamentos dos antigos e facilitar o despertar da grande arte nos corações dos que me cercam.
Sou uma bruxa porque estou sempre acendendo um fósforo sem maldizer a escuridão.
Sou uma bruxa porque busco a verdade sem jamais me conformar com a mentira e o subterfúgio.Sou uma bruxa sempre que renuncio ao egoísmo e procuro ser generosa.
Sou uma bruxa quando sorrio para alguém, mesmo estando muito cansada, pois conheço o valor do sorriso.
Sou uma bruxa quando preparo um chá que vai curar, ou pelo menos amenizar a enxaqueca daquela vizinha chata.
Sou uma bruxa quando tomo um animal em meu colo para lhe amenizar a dor. Quando planto e colho uma erva e agradeço a Gaia por tamanha dádiva.
Sou uma bruxa quando persigo a luz de uma estrela com o olhar e o coração nas trevas que nos circundam. Quando levo a fé nos Deuses por entre linhas, apenas com minhas ações.
Sou uma bruxa quando em rijo, sinto o rio do sangue da vida que escoa nas minhas entranhas. Quando sou fogo que estimula o coito, e água que transforma e modifica cursos.
Sou uma bruxa porque me aconchego no seio sagrado da terra, voltando ao colo sagrado. Quando abro o circulo invocando os ventos do norte, buscando no canal dos antigos o néctar do renascer.
Sou uma bruxa porque, quando falo em liberdade, me sinto águia. Quando falo de sabedoria, me sinto coruja, e, quando falo do belo, me sinto arara.
Sou uma bruxa porque estou sempre atenta ao perfume, que não posso derramar no próximo sem que também me atinja e a lei tríplice se faz em mim.
Sou uma bruxa quando vivencio o sabor do pão partilhado. Quando procuro pedir perdão e recomeçar.
Sou uma bruxa quando me recolho ao silêncio perante um julgamento preconceituoso ou injusto a meu respeito, entrego ao tempo. Único polo óptico da verdade imutável.
Sou bruxa quando desenvolvo em meu ser a humildade de viver e morrer como o grão de trigo, para depois frutificar searas de luz, de tenacidade e esplendor.
Sou uma bruxa porque estou sempre ressurgindo das cinzas como Fênix. E assim, retomar a minha vivência concreta, cujo itinerário principal é a minha Deusa interior, forte, guerreira, translúcida, serena e amorosa a despertar em mim.
Por tudo isso, sou uma bruxa!"

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

EMAGRECER COM SAÚDE



MANTER A BOA FORMA É

IDÉIA FIXA DE TODA BRASILEIRA

É impressionante como esse negócio de perder peso tá mais é virando 1 paranóia brasileira. A mulherada só pensa nisso, e eu também haha. Pior é que a gente precisa se cuidar mesmo, gente, pra nã perder a forma e permanecer sempre nos trinuqes. Atendendo pedido das minhas inúmeras leitoras, posto hoje esta matéria que dá dicas simples, do abril.com e também apanhei informações no portal da revista Boa Forma. São dicas que ensinam a gente emagrecer com chás. Que delíciaaaaaa. Amooo os chás, mas há um chá em especial que faz a gente perder muito peso. É o tal chá de hibisco. Vocês já ouviram falar? Faz o maior sucesso entre as celebridades. Vejam lá.....



BEBIDA É CAPAZ DE ELIMINAR

ATÉ 5 QUILOS EM ÚNICO MÊS


O portal da Abril diz que as informações ali contidas são da Viva Mais e fala que enquanto os cientistas não inventam uma pílula que seque os quilos extras instantaneamente, o jeito é continuar a fazer dieta. Ainda bem que uma planta pode ajudar, e muito, nesta tarefa. O chá da flor de hibisco, combinado a uma alimentação saudável, pode eliminar até cinco quilos em apenas um mês. “A bebida auxilia na redução de gordura, na digestão, regulariza o intestino e ainda combate a retenção de líquidos, o que facilita o emagrecimento”, explica a nutricionista e fitoterapeuta Vanderli Marchiori, de São Paulo.



VOCÊ PODE ACOMPANHAR

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Além disso, a bebida é muito rica em flavonóides, uma poderosa substância antioxidante, que combate os radicais livres, protegendo o coração de doenças e a pele do envelhecimento.Para aproveitar as propriedades, consuma o chá de hibisco quatro vezes ao dia, sempre entre as refeições. O produto pode ser comprado desidratado em lojas especializadas e também em alguns supermercados.

Não há contra-indicações ou efeitos colaterais. Porém, mulheres grávidas e que amamentam devem consultar um médico. Faça também uma alimentação balanceada, como a dieta proposta pela nutricionista Roseli Ueno. “Só é possível emagrecer e manter-se magra com reeducação alimentar”, diz Roseli. Siga o cardápio até atingir o peso desejado.



REDUZIR O PESO USANDO CHÁS

NÃO PREJUDICA A SAÚDE DA GENTE

Como fazer o chá? Prepare a bebida na proporção de uma colher de sopa cheia de hibisco para um litro de água. Ferva por cinco minutos. Depois, abafe o líquido por mais dez minutos e coe. Pode ser tomada quente ou fria. A nutricionista Neide Rigo, de São Paulo, ensina a incrementar o chá. Ferva, em 1 litro de água, 5 ou 6 hibiscos desidratados, 3 rodelas de maçã, 1 canela em pau e 2 cravos-da-índia por três minutos.

A nutricionista recomenda a quem quer perder peso, evite usar muito sal. Esse tempero contribui para o corpo reter líquido. Use ervas e especiarias como orégano, salsa e alecrim.Não abuse de carboidratos refinados (arroz branco, pão, macarrão e biscoito feitos com farinha branca). Prefira as versões integrais, que garantem saciedade por mais tempo.Tome o chá entre as refeições, principalmente na hora que bater aquela vontade de atacar a geladeira. A bebida engana a fome! Diferentemente do chá verde, a infusão da flor é saborosa. Tente ingeri-la sem adoçar. Não consegue? Ponha pequenas quantidades de mel ou de açúcar mascavo.



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Ervas servem para desintoxicar, desinchar, acelerar o metabolismo, baixar a ansiedade e queimar gordurinhas. Aprenda a combinar essa turma para emagrecer rapidinho, sem passar fome.
A jornalista Eliane Contreras escreve no portal Boa Forma que foi atrás de novas ervas que realmente funcionam, sem prejudicar sua saúde e com o aval de estudos de especialistas no assunto.

Ela relaciona um número maior de plantas que têm o poder de acelerar o emagrecimento. Todas elas testadas e aprovadas pelo médico ortomolecular e nutrólogo Gino Bruno Françozo, da Clínica Unique System, em Americana (SP), que, em parceria com o botânico Walter Accorsi, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), em Piracicaba (SP), também dividiu-as de acordo com a ação no organismo.



EXISTEM ERVAS QUE REALMENTE FUNCIONAM

Daí a classificação de cinco grupos: emagrecedoras, calmantes, digestivas, diuréticas e desintoxicantes. “Dificilmente o peso extra está relacionado apenas a um problema. Então, a recomendação é usar ervas de grupos diferentes numa mesma infusão, atacando as gordurinhas por todos os lados”, diz Gino.


Seis xícaras diárias. Essa é a medida de chá recomendada nesta dieta. Mas, se você quiser mais, fique à vontade! O importante é não deixar de ingerir uma xícara de cinco a dez minutos antes de cada refeição, incluindo café da manhã, ceia e lanche. Dessa forma, além do efeito terapêutico da erva, o chá dá uma sensação de saciedade, amenizando a fome, o que facilita controlar a quantidade de comida colocada no prato.

Quantas ervas usar no chá? Pode ser uma, duas ou todas de um mesmo grupo (veja abaixo). Também é permitido combinar ervas de grupos diferentes. No caso de você ter retenção hídrica e intestino preso, por exemplo, faça um mix de ervas diuréticas e digestivas. Alfafa e hortelã, segundo o doutor Gino, são curingas – desintoxicante e aromática, respectivamente, merecem entrar em todas as combinações. Ele divide as ervas em grupos de acordo com os princípios ativos e sua ação no organismo.



BEBA 6 XÍCARAS POR DIA, NO MÍNIMO

Diuréticas: o fim da retenção hídrica. Agem nos rins e no córtex da glândula supra-renal, inibindo a produção do hormônio cortisona, que bloqueia a perda de peso ou, pior, engorda. Ervas: cavalinha (Equisetum arvense), dente-de-leão (Taraxacum officinalis), cabelo-de-milho (Zea mays), sabugueiro (Sambucus nigra), abacateiro (Persea americana), quebra-pedra (Phyllantus niruri) e salsa (Petroselium sativum).

Digestivas: intestino regulado e barriga lisinha. Contêm substâncias que atuam no fígado, onde é fabricada a bílis, que dissolve a gordura em moléculas menores, facilitando sua absorção pelo intestino. Ervas: hibisco (Hibiscus sabdariffa), cáscara- sagrada (Rhamnus purshiana), zedoária (Curcuma zedoaria), psilium (Plantago psyllium) e fucus (Fucus vesiculosus).

Calmantes: ansiedade sob controle. Agem no sistema nervoso central, acalmando e baixando a ansiedade, que costuma desencadear a compulsão à comida. Ervas: alecrim (Rosmarinus officinalis), hortelã (Mentha piperita), capim-limão (Cymbopogon citratus), camomila (Matricaria chamomile), melissa (Melissa officinalis), jasmim (Jasminum officinalis), mulungu (Erythrina mulungu) e aniz (Pimpinella anisum).

Desintoxicantes: operação limpeza. O principal papel destas ervas é captar as toxinas do organismo, eliminando-as por meio da urina, das fezes e do suor e, com isso, colocando um fim no desequilíbrio que ocasiona o aumento de peso.. Ervas: alfafa (Medicago sativa), salsaparrilha (Smilax sp), zedoaria (Curcuma zedoaria), chá-verde (Camelia sinensis), espinheira-santa (Maytenus ilicifolia), bardana (Arctium lappa).

Emagrecedoras: ação dissolve gordura. Têm princípios ativos que agem nos rins, no fígado e, principalmente, no intestino.
Ervas: alfafa (Medicago sativa), cavalinha (Equisetum arvense), cana-do-brejo (Costus spicatus), graviola (Anona muricata), cabelo-de-milho (Zea mays), carqueja (Baccharis trimera), capim-limão (Cymbopogon citratus).

Preparar o chá é simples: ferva a água, junte a erva desidratada e deixe levantar fervura. Desligue o fogo e abafe por dez minutos. Coe e beba quente, morno ou gelado, com ou sem adoçante. Para garantir o efeito medicinal e o sabor, use 1 colher de sopa de erva para 1 litro de água. No caso do mix, a recomendação é 1 colher de sopa de cada erva para a mesma quantidade de água. Triplique a medida se a erva for fresca.

O que você deve evitar para potencializar a dieta:


• Combinar dois tipos de carboidrato numa mesma refeição, como arroz e batata.

• A única parceria permitida é o arroz e feijão. Afinal, a dupla é típica no prato do brasileiro.
• Usar muito sal. Esse tempero deve ser praticamente descartado, pois faz o corpo reter líquido.
• Prefira ervas e especiarias como orégano, alecrim, salsa, dill.
• Consumir alimentos refinados (arroz, pão, macarrão e biscoito feitos com farinha branca). Eles são rapidamente absorvidos pelo organismo, estimulando o pâncreas a liberar muita insulina – hormônio que contribui para o acúmulo de gordura.
• Comer e dormir. Espere pelo menos uma hora e meia depois do jantar para ir se deitar.
• Ingerir bebida alcoólica, pois é muito calórica.