sexta-feira, 24 de junho de 2011

O SAGRADO NAS CULTURAS INDÍGENAS - Por Benedito Prezia



O SAGRADO NAS CULTURAS INDÍGENAS Por Benedito Prezia*
Este estudo mostra a dimensão religiosa dos indígenas do Brasil, nas suas mais diversas etnias, privilegiando os povos Tupi e Guarani, pois foram eles os que mais marcaram as práticas religiosas populares do povo brasileiro. Tenta mostrar também o desafio para os cristãos em conhecer essa dimensão nas populações indígenas, em vista do diálogo inter-religioso e da prática macro-ecumênica, tão urgente para as Igrejas cristãs.
“Há cinco séculos enfrentamos a evangelização no Brasil. Dentro desses séculos, só vimos a dominação, a exploração e o extermínio do nosso povo e a perda da nossa identidade cultural indígena. Para nós, a Boa Nova já existe dentro das nossas convivências.”
Esse brado, em defesa da cultura e religiosidade indígenas, foi lançado pela delegação de povos nativos, presente ao V Congresso Missionário Latino-americano, COMLA-5, em Belo Horizonte, em julho de 1995.
É também um desafio lançado às Igrejas cristãs, que muito pouco conhecem e respeitam essas expressões religiosas.
Durante muito tempo falou-se em índio, como se fosse uma categoria única, biológica, sem levar em conta a realidade cultural. Esse conceito foi uma criação colonial, baseada num erro histórico, já que navegantes espanhóis, ao chegar nas Antilhas, acreditavam ter chegado nas Índias.
Na realidade o que existe é uma variedade enorme de povos com história e culturas diferentes, vivendo nesse continente há mais de 20 mil anos.
Ao longo da história do Brasil, os indígenas, isto é, os nativos, sempre foram definidos pela negação: não têm escrita, não têm religião — “pois não têm templos nem ídolos” , como dizia um jesuíta na época colonial –, não têm lei, não têm governo e não têm história.
O que antes era visto como ausência ou limitação, vê-se que é simplesmente uma maneira diversa de ser. Não são piores e nem melhores do que nós. São simplesmente diferentes.
Apesar da diversidade cultural, nesse texto vamos abordar as características religiosas que lhes são comuns ou encontradas em muitos povos do Brasil, privilegiando de certa forma os povos Tupinambá e Guarani, que foram os que mais marcaram nossa cultura brasileira e nossa religiosidade popular, por terem sido os povos com os quais convivemos por mais tempo.



1. O PROFUNDO SENTIDO DE DEUS
A idéia de Deus perpassa todas as religiões indígenas. Muitos desses povos têm a noção de um Deus criador, mas de um Deus que cria e, em seguida, se afasta, intervindo no mundo através de entidades espirituais ou heróis civilizadores, isto é, humanos com grandes poderes. Outras vezes esse herói é também o ancestral de um povo.
Para os Tupinambá, povo que ocupou grandes áreas da costa brasileira, Deus criador era chamado de Monã, que significa o ancião. Criou o céu, a terra, os homens e tudo o que existe. Devido à maldade dos homens destruiu essa primeira terra pelo fogo. Houve apenas um sobrevivente, Maíra Mona, que pediu que a restaurasse. Uma grande chuva apagou o incêndio, surgindo aí uma nova terra. Um conflito entre dois irmãos — Tamoindaré e Arikuté, descendentes de Maíra-Monã –, desencadeou uma nova catástrofe, um dilúvio, que destruiu novamente a terra. Salvaram-se apenas esses dois irmãos, com suas esposas, porque conseguiram subir em cima de uma palmeira e de um jenipapeiro. De Tamoindaré descendem os Taupinambá e de Arikuté, descendem os Temiminó e isso explica porque até hoje são inimigos.
Os Guarani chamam a Deus pelo nome de Nhanderu, o nosso primeiro pai. Foi ele quem dispersou as trevas primordiais com a luz de sua sabedoria. Criou o mundo, colocando-o sobre duas traves cruzadas, que por sua vez são apoiadas sobre quatro palmeiras. No dia em que essas palmeiras desabarem, será o fim do mundo material.
O presente mundo é apenas uma cópia ou sombra do verdadeiro mundo, que fica no Além. Por isso todo empenho dos Guarani é alcançar o Yvy marã’ ei, a Terra sem Mal, onde as pessoas não envelhecem, onde não é preciso trabalhar, onde a caça já vem aos pés do caçador e onde não há sofrimento e nem morte.
Muitas outras sociedades indígenas não possuem a idéia de um Deus criador, como é o caso do povo Xavante e dos povos de língua jê. Seus mitos de origem começam com um mundo já criado, havendo demiurgos que vão amparar e proteger os humanos.
Entre outros povos há um mundo povoado por diferentes categorias de seres, com poderes muito diferenciados, que trazem benefícios e malefícios aos humanos.

2. O SAGRADO E O PROFANO
No universo indígena não há separação entre o sagrado e o profano. Tudo é sagrado: a natureza, a vida e a morte.
A doença não é vista como algo físico, corpóreo, mas conseqüência de um malefício espiritual praticado por alguém. É o que chamamos de feitiço e que pode ser controlado pelo pajé. O feitiço existiu em todos os povos da antiguidade e ainda existe em muitas culturas. Entre os Guarani é chamado de mohã-vai.
Pode ser provocado por diversas maneiras como restos de comida, objetos pessoais ou elementos ou adornos do corpo, como um fio de cabelo ou uma peça de roupa. Há casos em que a última pessoa que tenha visitado um doente e este venha a falecer, possa ser acusada de provocar aquela morte.
Para combater o feitiço há rezas fortes, que entre os Guarani são chamadas de nheengaraí.
Quando um pajé não consegue tirar um feitiço ou evitar a morte de alguém, é considerado incompetente, podendo mesmo ser responsabilizado por aquela morte. Nesse caso ele precisa mudar de aldeia para não ser perseguido ou desmoralizado ou até morto.
Essa união entre o sagrado e o profano faz com que todas as ações precisam ser iniciadas com uma oração ou um sinal religioso. Por isso o Guarani reza antes de entrar na mata para caçar; reza para pedir a bênção dos grãos, que serão plantados; reza para abençoar a erva mate, usada no chimarrão; reza antes de viajar, reza antes de fazer uma fala, pedindo que Deus o inspire para dizer apenas as coisas boas; reza enfim sempre e em todo lugar.
Para os Guarani não havia canto profano. Todo canto era sagrado, fruto de uma inspiração divina, recebido geralmente através do sonho. Hoje, com a comercialização da cultura, começaram a fazer cantos profanos, como os gravados em CDs para serem comercializados, não sem protestos dos mais velhos.
O brasileiro deve ter herdado dos indígenas esse hábito de colocar o nome de Deus e de Jesus em muitos locais, ditos “profanos”, como na frente ou no pára-choque do caminhão, em muros e out-door. Não é de se admirar que após uma vitória numa partida internacional de futebol, vamos presenciar jogadores brasileiros, de joelhos, de mãos dadas, rezarem o pai-nosso. Ou dizer com muita freqüência “se Deus quiser”, embora seja também uma recomendação do Alcorão, trazida por nossos antepassados portugueses.

3. A NATUREZA COMO LUGAR SAGRADO
Nas sociedades tradicionais a natureza é sempre vista com o olhar religioso. Os quéchuas do Peru chamam a terra de mãe – pacha mama.
Os povos indígenas da América do Norte também tiveram essa percepção. Muito conhecida e antológica é a carta que o cacique Seatle enviou ao presidente dos Estados Unidos, explicando porque se recusava a vender parte de suas terras:
"Cada pedaço dessa terra é sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia nas praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória de meu povo. Somos parte dessa terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, os potros com seu corpo quente e o homem, enfim todos pertencem à mesma família.Essa água brilhante que corre pelos riachos e rios não é apenas água, mas é o sangue de nossos antepassados. O murmúrio das águas é a voz de nossos ancestrais. Os rios são nossos irmãos e saciam nossa sede".
Entre os povos indígena do Brasil há também esse respeito à terra, não só como chão sagrado, que alimenta e dá vida, mas também como morada dos espíritos. Davi Kopenawa, do povo Yanomami, afirma que dentro das serras moram os Xapori, Hekura, os espíritos da natureza. E entre as serras têm os caminhos dos Xapori. Ninguém vê, só pajé conhce essa ligações. As serras são lugares sagrados, lugares onde nasceram os pirmeiros Yanomami, onde suas cinzas foram enterradas. Nossos velhos deixaram que as serras sejam respeitadas, não queremos que sejam destruídas. Queremos que estes lugares sejam preservados para não acabar com nossa história e com nossos espíritos.
Por considerarem os rios igualmente morada dos espíritos, evitam urinar em suas águas.
Muitas são as entidades que protegem a mata e os animais, sendo chamados de donos da mata, como é o Curupira, ou donos dos animais. Cada espécie tem uma entidade protetora. Estes são os guardiões, que punem os que faltam de respeito à natureza e os caçadores que matam fêmeas com filhotes ou que caçam simplesmente por prazer.
Essa relação de amizade quase humana com os elementos da natureza encontramos entre o povo Mynky, que vive no oeste do Mato Grosso.
Elizabeth Rondon Amarante, que vive com eles há mais de 20 anos, deixou-nos esse belo relato:
"Wajakuxi parece não ter pressa. Acerta uma machadada e pára. Alisa o tronco, contempla lá em cima a copa da árvore e fala sozinho. Sozinho não: conversa com a árvore, e como que pede perdão de a estar matando. Mais dois golpes e torna a acariciar e torna a contemplar e torna a conversar. Sua atitude se explica: a mata é sua morada e cada árvore tornou-se para ele um ser amigo. Derruba-se por necessidade, porque o plantio da roça é subsistência do povo".
E continua a descrever esse povo:
O Mynky é um povo caçador.(…) Caçar é seu trabalho, é sua missão de marido e de pai. Caçar é sempre um prazer, uma festa e muitas vezes um ritual. (…) Ele é dono desse universo, o dono que se serve da natureza, mas não depreda; o dono que mata o animal, mas não esperdiça; o dono que derruba a árvore, mas não devasta a floresta.
E como diz Viveiros de Castro, ao contrário de povos de outros continentes, os povos indígenas americanos apresentam religiões muito próximas da natureza e muito austeras, do ponto de vista material. “São muito mais religiões da palavra, da experiência onírica [do sonho], do transe. Nesse sentido são muito mais místicas e muito menos materialistas”.
4. CULTURA DA PARTILHA E DO ACOLHIMENTO
A generosidade é a marca da cultura indígena. Para esses povos não há propriedade particular. O que é de um é de todos.
Os europeus, ao chegarem aqui, ficaram surpresos com essa realidade. Hans Staden, alemão que viveu vários meses entre os Tupinambá como prisioneiro, na metade do século 16, assim os descreveu: “Não existe entre eles propriedade particular, nem conhecem dinheiro. Seu tesouro são penas de pássaros. Quem as tem, é rico e quem tem cristais para [enfeitar] os lábios, é dos mais ricos.”
Não havia e, ainda não há na maior parte das aldeias, diferença social, isto é, pobres e ricos. A disparidade social existente no mundo ocidental muito chocou os Tupinambá, que estiveram na França, no início do século 17, e que serviu de reflexão filosófica para o pensador francês Montaigne: “Observaram que há entre nós gente bem alimentada, gozando as comodidades da vida, enquanto metades [uma grande parte] de homens emagrecidos, esfaimados, miseráveis mendigam às portas dos outros”.
Para evitar acumulação da propriedade, certos povos criaram rituais que realizam a redistribuição dos bens, acumulados ao logo do tempo, como ocorre ainda hoje entre os Tapirapé do Mato Grosso. É o rito do kaawin-ô, realizado a cada dois ou três anos. Prepara-se uma grande quantidade de cauim, sendo que parte é levada numa cuia para que os adultos que vão participar possam tomar um pouco dele. Ao provar a bebida, a pessoa cospe um pouco no chão, mostrando que aceita participar desse ritual. Nesse momento as pessoas que acompanham o grupo cerimonial têm o direito de pegar o que desejarem da casa daquela pessoa. “Há ao mesmo tempo desprendimento e audácia, que podem causar admiração e medo” comenta Irmã Odila, que vive há anos com eles. Em pouco tempo “cama, colchão, cadeira, fogão a gás, pasta de urucum, arara, galinha, tudo muda de proprietário em apenas uma manhã”, num grande movimento redistributivo".
Entre os Bororo os bens da pessoa desaparecem no momento da morte. Um dos elementos do ritual consiste em queimar os pertences do morto, destruindo assim a idéia de herança. O que se transmite são os valores morais e espirituais.
Entre outros povos esse processo é feito de forma mais espontânea e em algumas comunidades praticamente não existe a noção de propriedade particular, tudo podendo ser de todos.
Um outro aspecto é o acolhimento. Nessas comunidades a família não é restrita apenas ao pai e à mãe, como em nossa sociedade, mas é formada pela família extensa, que inclui os avós, os tios maternos e paternos. Se faltar um dos membros do casal — o pai ou a mãe, devido à morte ou separação –, a criança não fica desamparada, pois é acolhida por outra pessoa da família, como o tio ou o avô. Isso explica porque nas comunidades indígenas não existe criança abandonada ou menor carente.

5. UM CULTO FESTIVO
Ao contrário de nossa cultura ocidental, onde a oração geralmente é um ato pessoal e muitas vezes silencioso, nas culturas indígenas o culto é feito de forma coletiva, com cantos e danças. A dança sempre é ritual e religiosa.
Certa vez, na aldeia Tapirapé, um indígena ao ver uma das Irmãs de Foucauld, que vivia entre eles, rezando na capela, sozinha e de cabeça baixa, perguntou mais tarde porque ela estava triste. Assim os rituais são sempre festivos, e celebrando com abundância de comida e bebida.
Como diz o antropólogo padre Bartomeu Melià, “a festa guarani pode ser considerada como um sacramento, segundo o qual os produtos materiais que serão consumidos são benzidos e rezados no canto-dança religioso”. E continua comentando: “A festa guarani não é apenas um cerimonial, mas a metáfora concreta de uma economia de reciprocidade vivida religiosamente”.
Por isso pode-se medir a vitalidade de uma aldeia pela freqüência de suas festas. A falta de festa, de celebrações, é sinal de que a comunidade está em crise, ou por falta de rezadores e líderes, por desestruturação ou por falta de comida.
Mesmo quando o ritual é mais triste, como na festa do Kiki — ritual fúnebre dos Kaingang de Santa Catarina –, termina sempre com uma grande celebração, com muita bebida e dança ao redor das fogueiras.
Esse traço festivo encontra-se no catolicismo popular, onde as comemorações religiosas são marcadamente festas profanas, sendo que algumas delas entraram para o folclore brasileiro, como as festas juninas. Nelas vamos encontrar fortes traços não só da festa do milho, tradicional nas culturas tupi e guarani, como também na festa kaingang do Kiki, onde há a fogueira e a bebida quente.
Não sem razão José Honório Rodrigues escreveu, ao comentar sobre a cultura brasileira no início do século 19, que “a religião perdeu, entre nós, o ar sinistro das práticas peninsulares, e ganhou alegria, adaptando-se ao povo, às populações mestiças, amigas do batuque, do foguetório, dos repiques de sinos e alheias às sutilezas do dogma”. E isso se deve muito às influências culturais indígenas e africanas.

6. POVOS TOLERANTES E SEM PROSELITISMO
Os indígenas são povos de religiões sem dogmas. O importante para eles não é um código escrito e imutável, mas as tradições orais baseadas em mitos e nas falas dos mais velhos. As referências mais importantes são a tradição do grupo étnico e a inspiração divina, que vão orientar a conduta pessoal e comunitária.
Os povos indígenas são tolerante, agregantes e não missionários. Esse traço vamos encontrar, sobretudo, na umbanda — a mais brasileira das religiões –, justamente por esse caráter sincrético, onde encontramos elementos católicos, africanos, indígenas, sertanejos e espíritas.
Essa característica encontra-se também na religião popular brasileira, não só entre os católicos, que são bastante sincréticos na sua prática religiosa, como também entre os pentecostais. Seguramente essa é uma das explicações para a proliferação de Igrejas pentecostais, marcadas por uma religiosidade festiva e emocional, centrada no milagre, no exorcismo e na garantia da salvação.
A rigidez dogmática de algumas Igrejas protestantes foi compensada no pentecostalismo pela possibilidade de se criar novas Igrejas, surgidas a partir da visão particular do pastor, que encarna bem a figura do pajé indígena. É a concretização de uma espécie de Igreja doméstica, com um culto familiar.
Uma coisa que diferencia a tradição indígena das igrejas evangélicas é o extremado proselitismo dessas últimas, que contrasta com o profundo respeito que o indígena tem pela opção individual de cada um.
Para os indígenas a noção de salvação — que para eles é alcançar a Outra Terra, a Terra sem Mal – está muito mais ligada à pertença da pessoa àquele determinado grupo étnico e ao cumprimento de suas normas, do que à adesão à uma doutrina ou à uma perfeição pessoal, como no caso de várias religiões ocidentais.
7. O PAJÉ E O XAMANISMO
O pajé, nome de origem tupi, é o mesmo que xamã, termo usado na antropologia, originário de uma língua siberiana. Ele é o intermediador entre o mundo material, em que vivemos e o mundo espiritual dos espíritos. Exerce não só a função de sacerdote como também a de médico. Além de ter o segredo das plantas, vai atuar nas causas das doenças, descobrindo as forças espirituais que a desencadearam.
Durante muito tempo o xamã foi visto como uma pessoa ligada a cultos primitivos, “arcaicos” e que seriam abandonados à medida que as pessoas tivessem acesso às culturas “superiores”. Tal situação não ocorreu, pois o xamanismo tem se desenvolvido muito nos países de alta tecnologia, onde as pessoas estão buscando nas religiões ligadas à natureza respostas aos problemas da vida moderna.
No xamanismo indígena, o pajé não é uma função hereditária e nem é fruto de uma opção pessoal, embora entre alguns povos da Amazônia, como os Araweté, do Pará, todos são potencialmente pajés.
Mas na maioria dos povos indígenas, a pessoa é escolhida por entidades espirituais, manifestadas, sobretudo, por sonhos ou pela capacidade de previsões futuras. Entre os Pankararu, de Pernambuco, esse sinal é dada por uma semente que aparece à pessoa, dizendo que ela poderá assumir a função de pajé, quando a pessoa, vestida com roupa ritual participa de determinadas danças religiosas.
Uma vez escolhida, caso a aceite, essa pessoa passa por um período de preparação com outros pajés, para aprender rituais e o contato com os espíritos.
Basicamente compete ao pajé curar as pessoas, predizer o futuro, expulsar espíritos maus, comunicar-se com os espíritos e compor cantos.
O transe na pajelança pode ocorrer com a ingestão de substâncias alucinógenas. O tabaco, usado no cachimbo é importante elemento do ritual e serve para a cura e como purificador do ambiente, como ocorre com os Guarani Mbyá.
Nessa interpenetração entre os vários mundos, muitas vezes o pajé pode assumir a figura de um animal, como relata Orlando Villas Boas, o que facilita seu contato com o mundo espiritual.
Pelo poder que têm, os pajés são temidos e respeitados. Como escreveu Frei Claude d’Abbeville, no século 17, os índios entretanto apreciam os pajés; tratam-nos bem em qualquer lugar que se encontrem. São honrosamente mencionados em seus cantos e bem acolhidos nas danças e cauinagem [festas com cauim] e em todas as cerimônias, pois todos acreditam que as coisas correm bem quando são amigos dos pajés e, ao contrário, muito mal, se não os agradam.
Não sem razão Gunter Kroemer afirma que “os povos indígenas resgataram o aspecto coletivo da magia”, que nosso mundo racionalista havia perdido, vindo daí o grande interesse atual pelo xamanismo".
Interferindo no mundo material, sobretudo na natureza, podemos dizer que o xamanismo possui também um papel social e ecológico, influenciando a comunidade na preservação da natureza, como observa o citado autor.
Além dos pajés-auxiliares, em algumas culturas as mulheres poder exercer essa função, tendo persistido essa figura em nossas benzedeiras.
Entre os povos tupis havia também o pajé andarilho, chamado karaíba, espécie de missionário ambulante, que circulava pelas várias aldeias, exortando e fazendo curas.
Esse traço do pajé ambulante permaneceu, sobretudo no Nordeste, na figura dos beatos, que através de uma vida penitente e pobre, que vão de povoado em povoado reconstruindo oratórios, recitando o terço e ladainhas e até aglutinando pessoas, em volta de si, num projeto de vida comunitária, como foi o caso do Beato Lourenço, do Caldeirão, no Ceará, na época do pe. Cícero, ou os líderes político-comunitários, como Antônio Conselheiro, na Bahia, ou o beato João Maria, em Santa Catarina, no começo do século passado.
8. AS ALMAS E A VIDA DEPOIS DA MORTE
O mundo espiritual é muito presente entre os povos indígenas, pois é marcado pela busca de uma terra boa, um mundo onde não haverá sofrimento e nem morte. Os povos tupis, em geral, e os Guarani, em particular, acreditam em três almas: a espiritual, responsável pelas boas inclinações; a animal, da qual derivam o temperamento e as más inclinações; e a sombra.
Quando a pessoa morre, a alma espiritual inicia a caminhada para a Terra sem Mal, enquanto a alma material fica vagando perto da aldeia ou no cemitério, onde foi enterrada, até que o corpo se decomponha. Por isso muitos Guarani evitam passar por esses lugares.
A morte violenta ou acidental é uma situação difícil para muitos desses povos, pois é uma situação em que não houve tempo para o falecido se preparar. Por isso sua alma pode interferir negativamente junto à comunidade. Isso também se vê na cultura brasileira, onde o local, onde alguém morreu de forma violenta ou num acidente, é marcado com uma cruz.
O culto das almas, que têm tanto espaço na religião popular, encontra aí uma de suas raízes. O sonho é o momento em que a alma sai do corpo, indo para o Além, podendo entrar em contato com outras pessoas e outros lugares. A doença é a saída temporária da alma, sendo que a morte é a saída definitiva.
A busca do paraíso, chamado de Terra de Maíra ou Terra sem Mal, foi sempre muito forte entre os povos Tupi, levando-os a constantes migrações, sobretudo em épocas de crise social.
Alguns o situam a Oeste, depois das altas montanhas (os Andes), o que levou um grande grupo Tupi a migrar para o altiplano peruano, tendo alguns sobreviventes dessa longa peregrinação chegado à cidade de Quito, no Equador, no final do século 16.
Mais comumente é situado a Leste, depois das grandes águas, isto é, depois do oceano. Por isso os europeus, ao chegarem aqui, foram considerados pessoas divinas, vindas desse mundo, recebendo nomes religiosos, como foi o caso dos franceses, chamados de Maíra, e dos portugueses, de Karaíba.
Alguns indígenas aceitavam de bom grado embarcar para a Europa, acreditando estar indo para essa terra, como se lè em relatos do século 16. A presença Tupi em todo o litoral sudeste e nordeste, a partir do século 10, e a vinda dos Guarani em épocas recentes, mostram que essa localização era muito presente.
Era uma terra de felicidades e de fartura e onde não havia sofrimento ou doença. “O mantimento há de crescer por si, sem serem plantados, relata Anchieta, e as caças do mato se lhe hão de vir a meter em casa.” [41] E conclui o missionário: “As velhas se hão de tornar moças e para isso fazem lavatórios de algumas ervas com que [se] lavam.”
Para eles a vida presente era imperfeita e, de certa forma, má. Por isso todo o esforço do ser humano devia ser em alcançar a outra terra, a morada de Maíra. Os pajés seriam os únicos a entrar em vida. Segundo os Tupinambá, para lá vão apenas as almas dos valentes e das mulheres que demonstrassem bravura na guerra ou que tivessem ajudado seus maridos nos rituais de morte. Os medrosos, “que não lutaram para defender sua terra” não poderiam entrar.
Seguramente essa idéia de paraíso esteja na raiz de muitos movimentos messiânicos nos Brasil, como o de Antônio Conselheiro, na Bahia, o do Contestado, em Santa Catarina[43] e no movimento pouco conhecido, ocorrido em Catulé, no nordeste de Minas Gerais.
A idéia de uma terra boa no Além domina também a religiosidade popular brasileira, haja vista a quantidade de igrejas evangélicas que prometem a salvação imediata para seus adeptos, chegando muitas anunciar a volta próxima de Cristo, numa visão milenarislista.

CONCLUSÃO
Podemos concluir esse breve estudo mostrando que esses ideais religiosos indígenas poderão inspirar os sonhos de um mundo mais humano e mais espiritualizado, dando-nos esperança e despertando utopias. E com disse um dia, Dom Pedro Casaldáliga:
Vós sois nossa causa perdida salvadora! Vós sois a necessária e urgente Utopia!
A nova inevitável esperança de todo um continente
Rogai por nossas vidas sem arco e sem estrelas!
Texto extraido da Revista Uniclar, São Paulo: Publicação da Faculdade Claretiano, Ano IX – Numero 1, 2007. (Revista comemorativa dos 10 anos de Ciências da Religião)

segunda-feira, 14 de março de 2011

MENSAGEM DE TOURO SENTADO

Saudações do Mundo Espiritual, onde vivem os espíritos que atualmente não estão encarnados.

Eu agora não tenho o mesmo nome que tinha na encarnação que fiquei mais conhecido, mas utilizarei o mesmo nome para vocês reconhecerem melhor quem está falando com vocês.

Naquela época, fui o Chefe de uma tribo indígena norteamericana, especificamente uma tribo Sioux, e fiquei conhecido como “Touro Sentado”.

Nós vivemos em paz e harmonia com a Natureza, tirando Dela apenas o que precisávamos. Somente caçávamos o número de bisões necessários para nos alimentar. Com a chegada do homem branco, tudo mudou; eles tiraram nossa terra da gente e nos confinaram em uma reserva, tiraram nossa liberdade e nosso direito de viver na terra sagrada de nossos ancestrais.

Os homens brancos começaram a massacrar bisões que pastavam em nossas pradarias e isso era a base de nossa comida, e faziam isso apenas pelo fato de gostarem de caçar. A sede de sangue deles não tinha limites, e nessa falta de consciência eles praticamente dizimaram todos, não fosse por outros homens brancos que se associaram em defesa dos animais para evitar sua completa extinção. Mas o prejuízo já tinha sido feito; eles mataram centenas de milhares deles, pela única razão de gostarem de caçá-los.

Este e outros atos selvagens dos primeiros colonizadores brancos nas terras da América do Norte, e outras atividades desumanas que ainda estão sendo praticadas nos dias de hoje, estão criando um destino trágico que será muito doloroso para o povo norteamericano, pois cada ação que um ser humano faz tem repercussões no que virá a seguir em toda a população.

Por isso é muito importante que cada um de vocês, hoje, não apenas na América do Norte, mas em todas as Américas, Europa e todas as terras que estão acima dos oceanos, ajam no sentido de contra-atacar todas as atrocidades feitas em nome da colonização, que vocês chamaram de “progresso”, que para mim tem sido um retrocesso, pois os atos indignos e repugnantes do ser humano causaram a quase extinção de muitas espécies animais, e poluíram e macularam a terra e os oceanos que a Mãe Natureza nos deu para que pudéssemos viver Nela.

Acredito, e também o Grande Espírito, que todos vocês possam retificar em tempo de prevenir que todo o planeta fique sem recursos. Não permita que futuras gerações se sintam envergonhadas pela maneira que vocês trataram nossas terras e oceanos, e o que é pior, que eles os maldigam por terem deixado um planeta poluído sem recursos naturais para que eles possam subsistir.

Touro Sentado

Canalizador: Kris Won

Tradução: Alexandre

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

SOU BRUXA...

EU SOU BRUXA...

Eu sou uma bruxa porque Sempre que abro os olhos ao despertar, me emociono por mais um dia para viver, livre e comprometida com as coisas e as causas da Grande Mãe. Neste momento procuro refletir a respeito dos tantos dias que nos foram tirados, por inveja, injúria e cobiça e peço luzes e força a Deusa Mãe para o dia de hoje.
Sou uma bruxa porque ao abrir as janelas e respirar o ar da manhã, agradeço a Deusa pelo dom da vida, e celebro o pai ar pela sua presença em mim.
Sou uma bruxa porque, ao me alimentar, celebro aquele bendito alimento e bendigo todos aqueles que contribuíram com seu trabalho para que o mesmo chegasse à minha mesa.
Sou uma bruxa porque, sempre de alguma forma, renasce o amor em mim, e minha alma agradecida transmite luz.
Sou uma bruxa porque sempre me envolvo e me comprometo a serviço da justiça e da paz no mundo.Sou uma bruxa porque estou sempre insistindo em abrir as portas do meu coração para transmitir os ensinamentos dos antigos e facilitar o despertar da grande arte nos corações dos que me cercam.
Sou uma bruxa porque estou sempre acendendo um fósforo sem maldizer a escuridão.
Sou uma bruxa porque busco a verdade sem jamais me conformar com a mentira e o subterfúgio.Sou uma bruxa sempre que renuncio ao egoísmo e procuro ser generosa.
Sou uma bruxa quando sorrio para alguém, mesmo estando muito cansada, pois conheço o valor do sorriso.
Sou uma bruxa quando preparo um chá que vai curar, ou pelo menos amenizar a enxaqueca daquela vizinha chata.
Sou uma bruxa quando tomo um animal em meu colo para lhe amenizar a dor. Quando planto e colho uma erva e agradeço a Gaia por tamanha dádiva.
Sou uma bruxa quando persigo a luz de uma estrela com o olhar e o coração nas trevas que nos circundam. Quando levo a fé nos Deuses por entre linhas, apenas com minhas ações.
Sou uma bruxa quando em rijo, sinto o rio do sangue da vida que escoa nas minhas entranhas. Quando sou fogo que estimula o coito, e água que transforma e modifica cursos.
Sou uma bruxa porque me aconchego no seio sagrado da terra, voltando ao colo sagrado. Quando abro o circulo invocando os ventos do norte, buscando no canal dos antigos o néctar do renascer.
Sou uma bruxa porque, quando falo em liberdade, me sinto águia. Quando falo de sabedoria, me sinto coruja, e, quando falo do belo, me sinto arara.
Sou uma bruxa porque estou sempre atenta ao perfume, que não posso derramar no próximo sem que também me atinja e a lei tríplice se faz em mim.
Sou uma bruxa quando vivencio o sabor do pão partilhado. Quando procuro pedir perdão e recomeçar.
Sou uma bruxa quando me recolho ao silêncio perante um julgamento preconceituoso ou injusto a meu respeito, entrego ao tempo. Único polo óptico da verdade imutável.
Sou bruxa quando desenvolvo em meu ser a humildade de viver e morrer como o grão de trigo, para depois frutificar searas de luz, de tenacidade e esplendor.
Sou uma bruxa porque estou sempre ressurgindo das cinzas como Fênix. E assim, retomar a minha vivência concreta, cujo itinerário principal é a minha Deusa interior, forte, guerreira, translúcida, serena e amorosa a despertar em mim.
Por tudo isso, sou uma bruxa!"

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

EMAGRECER COM SAÚDE



MANTER A BOA FORMA É

IDÉIA FIXA DE TODA BRASILEIRA

É impressionante como esse negócio de perder peso tá mais é virando 1 paranóia brasileira. A mulherada só pensa nisso, e eu também haha. Pior é que a gente precisa se cuidar mesmo, gente, pra nã perder a forma e permanecer sempre nos trinuqes. Atendendo pedido das minhas inúmeras leitoras, posto hoje esta matéria que dá dicas simples, do abril.com e também apanhei informações no portal da revista Boa Forma. São dicas que ensinam a gente emagrecer com chás. Que delíciaaaaaa. Amooo os chás, mas há um chá em especial que faz a gente perder muito peso. É o tal chá de hibisco. Vocês já ouviram falar? Faz o maior sucesso entre as celebridades. Vejam lá.....



BEBIDA É CAPAZ DE ELIMINAR

ATÉ 5 QUILOS EM ÚNICO MÊS


O portal da Abril diz que as informações ali contidas são da Viva Mais e fala que enquanto os cientistas não inventam uma pílula que seque os quilos extras instantaneamente, o jeito é continuar a fazer dieta. Ainda bem que uma planta pode ajudar, e muito, nesta tarefa. O chá da flor de hibisco, combinado a uma alimentação saudável, pode eliminar até cinco quilos em apenas um mês. “A bebida auxilia na redução de gordura, na digestão, regulariza o intestino e ainda combate a retenção de líquidos, o que facilita o emagrecimento”, explica a nutricionista e fitoterapeuta Vanderli Marchiori, de São Paulo.



VOCÊ PODE ACOMPANHAR

SEU PRÓPRIO EMAGRECIMENTO


Além disso, a bebida é muito rica em flavonóides, uma poderosa substância antioxidante, que combate os radicais livres, protegendo o coração de doenças e a pele do envelhecimento.Para aproveitar as propriedades, consuma o chá de hibisco quatro vezes ao dia, sempre entre as refeições. O produto pode ser comprado desidratado em lojas especializadas e também em alguns supermercados.

Não há contra-indicações ou efeitos colaterais. Porém, mulheres grávidas e que amamentam devem consultar um médico. Faça também uma alimentação balanceada, como a dieta proposta pela nutricionista Roseli Ueno. “Só é possível emagrecer e manter-se magra com reeducação alimentar”, diz Roseli. Siga o cardápio até atingir o peso desejado.



REDUZIR O PESO USANDO CHÁS

NÃO PREJUDICA A SAÚDE DA GENTE

Como fazer o chá? Prepare a bebida na proporção de uma colher de sopa cheia de hibisco para um litro de água. Ferva por cinco minutos. Depois, abafe o líquido por mais dez minutos e coe. Pode ser tomada quente ou fria. A nutricionista Neide Rigo, de São Paulo, ensina a incrementar o chá. Ferva, em 1 litro de água, 5 ou 6 hibiscos desidratados, 3 rodelas de maçã, 1 canela em pau e 2 cravos-da-índia por três minutos.

A nutricionista recomenda a quem quer perder peso, evite usar muito sal. Esse tempero contribui para o corpo reter líquido. Use ervas e especiarias como orégano, salsa e alecrim.Não abuse de carboidratos refinados (arroz branco, pão, macarrão e biscoito feitos com farinha branca). Prefira as versões integrais, que garantem saciedade por mais tempo.Tome o chá entre as refeições, principalmente na hora que bater aquela vontade de atacar a geladeira. A bebida engana a fome! Diferentemente do chá verde, a infusão da flor é saborosa. Tente ingeri-la sem adoçar. Não consegue? Ponha pequenas quantidades de mel ou de açúcar mascavo.



CONSIGA AQUELE CORPAÇO


DOS SONHOS BEM RAPIDINHO


Ervas servem para desintoxicar, desinchar, acelerar o metabolismo, baixar a ansiedade e queimar gordurinhas. Aprenda a combinar essa turma para emagrecer rapidinho, sem passar fome.
A jornalista Eliane Contreras escreve no portal Boa Forma que foi atrás de novas ervas que realmente funcionam, sem prejudicar sua saúde e com o aval de estudos de especialistas no assunto.

Ela relaciona um número maior de plantas que têm o poder de acelerar o emagrecimento. Todas elas testadas e aprovadas pelo médico ortomolecular e nutrólogo Gino Bruno Françozo, da Clínica Unique System, em Americana (SP), que, em parceria com o botânico Walter Accorsi, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), em Piracicaba (SP), também dividiu-as de acordo com a ação no organismo.



EXISTEM ERVAS QUE REALMENTE FUNCIONAM

Daí a classificação de cinco grupos: emagrecedoras, calmantes, digestivas, diuréticas e desintoxicantes. “Dificilmente o peso extra está relacionado apenas a um problema. Então, a recomendação é usar ervas de grupos diferentes numa mesma infusão, atacando as gordurinhas por todos os lados”, diz Gino.


Seis xícaras diárias. Essa é a medida de chá recomendada nesta dieta. Mas, se você quiser mais, fique à vontade! O importante é não deixar de ingerir uma xícara de cinco a dez minutos antes de cada refeição, incluindo café da manhã, ceia e lanche. Dessa forma, além do efeito terapêutico da erva, o chá dá uma sensação de saciedade, amenizando a fome, o que facilita controlar a quantidade de comida colocada no prato.

Quantas ervas usar no chá? Pode ser uma, duas ou todas de um mesmo grupo (veja abaixo). Também é permitido combinar ervas de grupos diferentes. No caso de você ter retenção hídrica e intestino preso, por exemplo, faça um mix de ervas diuréticas e digestivas. Alfafa e hortelã, segundo o doutor Gino, são curingas – desintoxicante e aromática, respectivamente, merecem entrar em todas as combinações. Ele divide as ervas em grupos de acordo com os princípios ativos e sua ação no organismo.



BEBA 6 XÍCARAS POR DIA, NO MÍNIMO

Diuréticas: o fim da retenção hídrica. Agem nos rins e no córtex da glândula supra-renal, inibindo a produção do hormônio cortisona, que bloqueia a perda de peso ou, pior, engorda. Ervas: cavalinha (Equisetum arvense), dente-de-leão (Taraxacum officinalis), cabelo-de-milho (Zea mays), sabugueiro (Sambucus nigra), abacateiro (Persea americana), quebra-pedra (Phyllantus niruri) e salsa (Petroselium sativum).

Digestivas: intestino regulado e barriga lisinha. Contêm substâncias que atuam no fígado, onde é fabricada a bílis, que dissolve a gordura em moléculas menores, facilitando sua absorção pelo intestino. Ervas: hibisco (Hibiscus sabdariffa), cáscara- sagrada (Rhamnus purshiana), zedoária (Curcuma zedoaria), psilium (Plantago psyllium) e fucus (Fucus vesiculosus).

Calmantes: ansiedade sob controle. Agem no sistema nervoso central, acalmando e baixando a ansiedade, que costuma desencadear a compulsão à comida. Ervas: alecrim (Rosmarinus officinalis), hortelã (Mentha piperita), capim-limão (Cymbopogon citratus), camomila (Matricaria chamomile), melissa (Melissa officinalis), jasmim (Jasminum officinalis), mulungu (Erythrina mulungu) e aniz (Pimpinella anisum).

Desintoxicantes: operação limpeza. O principal papel destas ervas é captar as toxinas do organismo, eliminando-as por meio da urina, das fezes e do suor e, com isso, colocando um fim no desequilíbrio que ocasiona o aumento de peso.. Ervas: alfafa (Medicago sativa), salsaparrilha (Smilax sp), zedoaria (Curcuma zedoaria), chá-verde (Camelia sinensis), espinheira-santa (Maytenus ilicifolia), bardana (Arctium lappa).

Emagrecedoras: ação dissolve gordura. Têm princípios ativos que agem nos rins, no fígado e, principalmente, no intestino.
Ervas: alfafa (Medicago sativa), cavalinha (Equisetum arvense), cana-do-brejo (Costus spicatus), graviola (Anona muricata), cabelo-de-milho (Zea mays), carqueja (Baccharis trimera), capim-limão (Cymbopogon citratus).

Preparar o chá é simples: ferva a água, junte a erva desidratada e deixe levantar fervura. Desligue o fogo e abafe por dez minutos. Coe e beba quente, morno ou gelado, com ou sem adoçante. Para garantir o efeito medicinal e o sabor, use 1 colher de sopa de erva para 1 litro de água. No caso do mix, a recomendação é 1 colher de sopa de cada erva para a mesma quantidade de água. Triplique a medida se a erva for fresca.

O que você deve evitar para potencializar a dieta:


• Combinar dois tipos de carboidrato numa mesma refeição, como arroz e batata.

• A única parceria permitida é o arroz e feijão. Afinal, a dupla é típica no prato do brasileiro.
• Usar muito sal. Esse tempero deve ser praticamente descartado, pois faz o corpo reter líquido.
• Prefira ervas e especiarias como orégano, alecrim, salsa, dill.
• Consumir alimentos refinados (arroz, pão, macarrão e biscoito feitos com farinha branca). Eles são rapidamente absorvidos pelo organismo, estimulando o pâncreas a liberar muita insulina – hormônio que contribui para o acúmulo de gordura.
• Comer e dormir. Espere pelo menos uma hora e meia depois do jantar para ir se deitar.
• Ingerir bebida alcoólica, pois é muito calórica.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

AS BRUXAS DO BRASIL

AS BRUXAS DO BRASIL

CURSO DE WICCA PARA BRASILEIROS

Há muito tempo, desde criança, eu me sentia de alguma forma diferente. As crenças que me foram passadas pela família não satisfaziam minhas dúvidas e meus medos. Procurei por todos os caminhos possíveis e me meti em tantas encrencas, que vocês nem acreditariam se eu contasse! Até que um dia, quase por mera curiosidade, encontrei pessoas que me iniciaram na arte da Bruxaria Wicca, às quais serei eternamente grata, pois a partir dessa data, minha vida teve um outro sentido. Eu descobri que existiam pessoas com os mesmos anseios e desejos, que eu não estava sozinha na busca! Hoje penso estar no caminho certo. Não resolvi todos os meus problemas, e nem espero que a Wicca resolva tudo por mim! Apesar de todos os preconceitos, eu sou uma BRUXA e tenho muito orgulho de minha escolha! Quando resolvi criar este curso, meu objetivo foi ajudar às várias pessoas que me procuravam em busca de informações, ou mesmo desejando se iniciar na bruxaria. Este trabalho é um curso básico para os que desejam, sinceramente, seguir o caminho da Arte, e também é uma proposta para uma WICCA BRASILEIRA, de acordo com o temperamento e a realidade da nossa gente. Não quero posar como "Dona da Verdade" ou "Mestra". Desejo apenas passar um pouco de meus conhecimentos para vocês, Bruxas e Bruxos do Brasil, para que todos encontrem seu próprio caminho. Jamais acreditem em mim ou em qualquer pessoa, sem terem buscado a verdade em seus próprios corações! Fiz o possível para que este curso fosse um trabalho simples e sem mistificações. Peço à Grande Mãe que me inspire, e ao Deus Cornífero que ilumine todos os meus passos! Que assim seja, para o bem de todos!

ORIGENS DA BRUXARIA WICCA

Falar em origem da bruxaria é o mesmo que retornar aos primórdios da Humanidade, quando os seres humanos começaram a despertar sua percepção para os mistérios da vida e da natureza. segundo os estudiosos da Pré-História, a primeira demonstração de arte devocional foram as MADONAS NEGRAS, encontradas em cavernas do período Neolítico. Portanto, as Deusas da Fertilidade foram os primeiros objetos de adoração dos povos primitivos. Da mesma forma que nossos antepassados se maravilharam ao ver a mulher dando a Luz a uma criança, todo o Universo deveria ter sido criado por uma GRANDE MÃE. Entre os povos que dependiam da caça, surgiu o culto ao Deus dos Animais e da Fertilidade, também conhecido como Deus de Chifres ou Cornífero. Os chifres sempre representaram a fertilidade, coragem e todos os atributos positivos da energia masculina, representando também a ligação com as energias cósmicas. Hoje a figura do Deus Cornífero é bastante problemática, pois, com o advento do Cristianismo, ele foi usado para personificar a figura do Diabo, entidade criada pelas religiões judaico-cristãs. Ele não é reconhecido e muito menos cultuado pelas Bruxas. O Diabo é venerado apenas pelo Satanismo, que é um culto Anti-Cristão. Como a nossa religião já existia muitos milhares de anos antes do Cristianismo, não temos nada a ver com o Diabo e os Satanistas. Como este curso pretende ser acima de tudo prático, a História da Bruxaria será dada em rápidas pinceladas. Existem vários ramos da Bruxaria, em diversas partes do mundo, mas aqui, estamos nos ocupando da Wicca. Ela surgiu no período Neolítico, em várias regiões da Europa, onde hoje se localiza a Irlanda, Inglaterra, País de Gales, Escócia, indo até o Sudoeste da Itália e a região da Britânia na França. Quando os Celtas invadiram a Europa, quase mil anos antes de Cristo, trouxeram suas próprias crenças, que, ao se misturarem às crenças da população local, originaram o sistema que deu nascimento à Wicca. Com a rápida expansão desse povo, ela foi levada para regiões onde se encontram Portugal, Espanha e Turquia. Embora a Wicca tenha se firmado entre os Celtas, é importante lembrar que a bruxaria é anterior a eles! Mas como esse povo foi o mantedor da tradição, é importante que conheçamos, pelo menos, o rudimento de seu pensamento e cultura. O Panteão Celta, ou seja, o conjunto de Deuses e Deusas dessa cultura é hoje o mais utilizado nos rituais da Wicca, embora possamos trabalhar com qualquer Panteão, desde que conheçamos o simbolismo correto, e não misturemos os Panteões num mesmo ritual.

A sociedade Celta era Matrifocal, isto é, o nome e os bens da família eram passados de mãe para filha. Homens e mulheres tenham os mesmo direitos, sendo a mulher respeitada como Sacerdotisa, mãe, esposa e guerreira, participando das lutas ao lado dos homens. O culto da Grande Mãe e do Deus Cornífero predominaram nas regiões da Europa dominadas pelos Celtas, até a chegada dos romanos, que praticamente dizimaram as tribos Celtas, que nessa época já estavam sendo dominadas pelos Druidas, que representavam uma introdução ao patriarcalismo. Porém, em muitos lugares, a religião da Grande Mãe continuou a ser praticada, pois havia certa tolerância por parte dos romanos, chegando certos ramos da Wicca a incorporar elementos do Panteão Greco-Romano, especialmente na Bruxaria Italiana. Foi somente na Idade Média que a Bruxaria foi relegada às sombras com o domínio da Igreja Católica e a criação da Inquisição, cujo objetivo era eliminar de vez as antigas crenças, que eram uma ameaça a um clero muito mais preocupado em acumular bens e riquezas do que a propagar a verdadeira mensagem de Jesus. Se fôssemos descrever essa época infame, em que milhões de pessoas, em sua maioria mulheres, foram perseguidas, torturadas e assassinadas pela Inquisição, com certeza, escreveríamos um livro com milhares de páginas, mas este não é o nosso objetivo. Muitas das vítimas da Inquisição não eram Bruxas, e sim, pessoas com problemas de saúde, doenças mentais, deficiências físicas ou somente o alvo da suspeita e inveja do povo. Também era comum se acusar pessoas para tomar seus bens, pois esses eram divididos entre os inquisidores. Durante o tempo das fogueiras, o medo fez com que muitas de nós permanecêssemos no anonimato para resguardarmos nossa vidas e nossa famílias. Muitos dos conhecimentos passaram a ser transmitidos oralmente, por medida de segurança, e, assim, muito se perdeu. Por isso, não é correto dizer que a Wicca de hoje é a mesma de séculos atrás. No presente, um grupo de pessoas abnegadas e corajosas está redescobrindo e recriando a Nova Bruxaria ou Neo Paganismo, como também é conhecido. Eu recomendo que se leia alguns livros dado na bibliografia, para um conhecimento mais profundo da história, e que se pesquise outras formas da bruxaria além da Wicca, pois todas essa formas são derivadas do Xamanismo Primitivo, e só poderão enriquecer o nosso trabalho.

AS DEUSAS E OS DEUSES NA WICCA

Para a Wicca, existe um Princípio Criador, que não tem nome e está além de todas as definições. Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades, que deram origem ao Universo e a todas as formas de vida.

Princípio Feminino ou Grande Mãe

A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o Útero de Toda Criação. É associada aos mistérios da Lua, da Intuição, da Noite, da Escuridão e da Receptividade. É o inconsciente, o lado escuro da mente que deve ser desvendado. A Lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca morre, representando os mistérios da Vida Eterna. Na Wicca, a Deusa se mostra com três faces: a Virgem, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta última ficou mais relacionada à Bruxa na Imaginação popular. A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia feminina, o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte Feminina presente em todos os homens, tão reprimida pela cultura patriarcal!

Princípio Masculino ou Deus Cornífero

Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão, o Deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu da Deusa, sendo seu complemento, e trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria. Da mesma forma que o sol nasce e se põe, todos os dias, o Deus nos mostra os mistérios de Morte e do Renascimento. Na Wicca, o Deus nasce da Grande Mãe, cresce, se torna adulto, apaixona-se pela Deusa Virgem, eles fazem amor, a Deusa fica grávida, o Deus morre no inverno e renasce novamente, fechando o ciclo do renascimento, que coincide com os ciclos da Natureza, e mostra os ciclos da nossa própria vida. Para alguns, pode parecer meio incestuoso que o Deus seja filho e amante da Deusa, mas é preciso perceber p verdadeiro simbolismo do mito, pois do útero da Deusa todas as coisas vieram, e, para ele, tudo retornará. E, se pensarmos bem, as mulheres sempre foram mães de todos os homens, pelo seu poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda a Humanidade. Quando discutirmos a Roda do Ano, esses conceitos serão novamente explicados na parte dos rituais. Mas o sentido profundo do simbolismo na Bruxaria só pode ser verdadeiramente entendido através da meditação e do contato intuitivo com a energia dos Deuses.

O QUE É A RELIGIÃO DA BRUXARIA?

A Bruxaria é uma religião de origem Xamãnica e forte tradição mágica, mas é bom lembrar que Xamanismo e Magia são técnicas espirituais, isto é, para ser Bruxa não é preciso fazer magia, ou ter poderes paranormais. Muito menos ser vidente ou médium. O que diferencia a Bruxa do Magoou Xamã é a sua devoção pelos Deuses. Xamanismo e Magia são técnicas utilizadas pelas Bruxas, mas não têm nada a ver com a parte devocional da Wicca. É possível ser bruxa fazendo-se somente os rituais de devoção, sem nunca praticar um único feitiço na vida, mas o contrário não é verdadeiro, pois, se não houver da sua parte um amor sincero pela energia dos Deuses e harmonia com a Natureza, você pode fazer feitiços dia e noite, mas nunca será uma Bruxa!
Tradicionalmente, as Bruxas podem (e devem) fazer feitiços recorrendo às energias da Natureza para resolver os problemas práticos da sua vida, bem como para ajudar ao próximo, mas nunca devemos nos esquecer de que o mais importante é a comunhão com as energias da Natureza, e o respeito por todos os seres vivos, e, em especial, pelos nossos semelhantes.

INSTRUMENTOS DA WICCA

Os instrumentos usados nos rituais da Wicca têm a sua origem perdida no tempo. Eles são importantes focos de concentração e ferramentas para provocar alterações de consciência, mas é preciso que se saiba exatamente o seu significado para que sejam usados corretamente. Embora eles possam dar um toque de beleza e alegria aos rituais, uma verdadeira Bruxa jamais deve ficar dependente deles, porque a verdadeira Bruxa se faz com a mente e com o coração!

• O Caldeirão - Embora algumas tradições discordem, a meu ver, o Caldeirão é o instrumento mais importante e significativo para as Bruxas. Ele representa o Útero da Grande Mãe, ou seja, a origem do Universo e de toda a Vida. dele viemos e para ele retornaremos eternamente. É no Caldeirão que as Bruxas preparem os feitiços, as poções e acendem o fogo para os rituais, quando não é possível acender uma fogueira ao ar livre. Nele se realiza a Grande Alquimia Universal. Em muitos feitiços ele pode conter água ou vinho energizado pela Luz da Lua. De preferência, ele deve ser de ferro, com três pés, representando os três aspectos da Deusa. Na falta de um caldeirão, uma panela ou tigela pode substituir, desde que não seja de material sintético, como teflon, plástico ou alumínio. Está ligado ao elemento Água.

Santo Graal, o Cálice é usado para O Cálice - Associado ao mito do consagrar e beber o vinho dos rituais, tendo o mesmo simbolismo do caldeirão. Ele foi introduzido na Wicca em época mais recente. Em algumas tradições mais puristas é substituído por uma concha ou um chifre, onde se toma o vinho. Ele também pode ser substituído por uma taça, ou mesmo um copo, desde que não seja de material sintético. Da mesma forma que o Caldeirão, liga-se à Água.

O Punhal - Tradicionalmente, o punhal da Wicca é de Lâmina dupla com cabo preto, sendo chamado ATHAME (pronuncia-se átame), uma palavra de origem incerta que significa "O que não morre". Ele representa a energia masculina, sendo um símbolo fálico dentro do ritual. Ele é traçado para abrir círculos, e, durante a Consagração, é introduzido no Cálice para simbolizar a União do Deus e da Deusa. Os ramos mais tradicionalistas substituem o Punhal pela Varinha Mágica, alegando que ele foi introduzido recentemente na Wicca, não fazendo parte dos instrumentos tradicionais. O mesmo se diz da Espada, pois ele é um instrumento de Magia Cerimonial, que nada tem a ver com a Bruxaria. Na falta de um Athame clássico, qualquer faca serve para o mesmo fim, desde que não tenha sido usada para tirar qualquer tipo de vida ou derramar sangue. Caso não queira usar o Punhal, abra o círculo com a Varinha, um Cristal, ou mesmo com o dedo, como se e faz na Wicca Irlandesa, conhecida como WITTA.

A Vassoura - Esta é uma velha conhecida e amiga das Bruxas! Toda Bruxa que se preza tem uma Vassoura! Ela representa a União das Energias Universais. Os pelos e o cabo representam, respectivamente, os órgãos sexuais feminino e masculino. havia um ritual muito antigo em que as Bruxas saíam "cavalgando" as vassouras pelos campos e dando grandes pulos, para que as plantas crescessem da altura de seus saltos. Talvez daí tenha vindo a crença de que podiam voar. também havia certos ungüentos e plantas alucinógenas que provocavam a Viagem Astral, o que poderia dar a impressão de estar voando pelo Ar. E se as Bruxas tivessem algum modo de anular a gravidade? talvez nós consigamos resgatar esse conhecimento algum dia, mas não tente comprovar essa teoria, especialmente se você mora em APARTAMENTO! A Vassoura pode ser decorada com Símbolos Sagrados e ter a sua Assinatura Mágica. Antes do ritual, ela é usada para varrer o local onde ele será realizado, representando a limpeza espiritual de toda Energia Negativa. Ela também serve de ponte entre o espaço do círculo e o mundo exterior, isto é, ela pode ser colocada deitada num ponto, e, se alguém precisar sair, pode fazê-lo pulando a Vassoura sem quebrar o círculo, e procedendo da mesma forma ao voltar. É bom saber que crianças e animais podem entrar e sair do círculo sem quebrá-lo. Em algumas tradições, a Sacerdotisa cavalga a vassoura ao redor do Caldeirão. Eu, pessoalmente, acho isso muito engraçado, mas os Deuses da Wicca têm muito bom humor e não fulminam ninguém que dê algumas risadas durante o ritual. Em algumas cerimônias de Casamento, os noivos pulam a vassoura como símbolo de sorte e felicidade. Na Bruxaria Italiana, chamada Stregeria, Bruxas não voam em Vassouras, e sim, em bodes pretos, mas eu prefiro continuar com a Vassoura, pois eles não me explicaram como se pula um Bode para sair do círculo!

O Bastão ou a Varinha Mágica - A Varinha Mágica tem o mesmo simbolismo do Athame, embora segundo algumas tradições esteja mais ligada ao elemento Fogo. Tradicionalmente, ela deve ser feita de uma árvore sagrada como a Aveleira, o Carvalho ou a Macieira, embora eu acredite que qualquer árvore deve servir, desde que você tenha por ela alguma predileção ou ligação emocional. O galho da árvore deve ser cortado na Lua Crescente, e antes, você deve pedir autorização à árvore. Depois de cortado o galho, deve-se deixar alguma oferenda em agradecimento. Ainda hoje, as Bruxas seguem esse procedimento, deixando mel e leite para as Fadas e Elementais, e um pouco de comida para os pássaros. A Varinha pode ser enfeitada com símbolos, fitas, cristais ou algum objeto pessoal.

A Túnica - Embora muitos "Covens"(nome pelo qual são conhecidas as assembléias dos Bruxos, que significa 'Irmandade') prefiram trabalhar "vestidos de céu", ou seja, completamente nus, existe a opção de se usar a Túnica, tradicionalmente negra. A cor negra isola as energias negativas, sendo ótima para ser usada quando se tem contato com grandes multidões ou pessoas negativas, pois impede que a sua energia seja "vampirizada". A cor negra não tem nenhuma ligação com o Mal, como se costuma pensar erroneamente. Ela representa o Útero Universal, do qual nasceu toda a Luz, a escuridão da Terra onde germinam as sementes. Porém, não se deve usar somente a cor negra, pois precisamos da vibração de todas as cores. E muito menos por mero exibicionismo ou para parecer ESOTÉRICO! Trabalhar nus ou com Túnicas deve ser uma escolha do grupo. Deve-se ter o cuidado para que a nudez não atraia pessoas mal-intencionadas. A nudez deve ser um sinal de pureza, de libertação de nossos medos e tabus. Para tanto, é preciso ter um coração puro diante dos Deuses e dos nossos semelhantes, trabalhando muito bem com nossos corpos. É impossível se trabalhar inibida pela nudez, o que tornará o ritual totalmente improdutivo. Se esta for a situação, é melhor usar uma Túnica, mas, com o tempo, é preciso superar esses bloqueios, pois eles são frutos de uma moral Judaico-Cristã repressiva, sendo que a nudez deve ser encarada como algo natural.

O Pentagrama - Embora muitos achem que o Pentagrama não pertença Originalmente à Bruxaria, ele se tornou um de seus maiores símbolos. A Estrela de Cinco Pontas representa as quatro Energias Formadoras do nosso Planeta, isto é, Água, Fogo, Terra e Ar, mais o quinto Elemento, que é o Espírito. Usado com uma ponta para cima, ele é o símbolo da magia Benéfica, onde a Energia do Espírito controla as quatro Energias Formadoras da Matéria. Muitos Satanistas usam o Pentagrama com duas pontas para cima, significando o triunfo da Matéria sobre o Espírito, ou a vitória do Mal sobre o Bem. Deve-se lembrar que, originalmente, o Pentagrama com duas pontas para cima representava o Deus Cornífero, e o Útero da Grande Mãe por sua semelhança com um útero e duas trompas. Só depois do advento do Cristianismo ele foi desvirtuado como símbolo do Mal. Quase todas as Bruxas usam um Pentagrama no pescoço, como símbolo de sua religião, mas isso não é nenhuma obrigação.

Outros Instrumentos - Também fazem parte da Wicca outros instrumentos como o Sino para abrir e fechar rituais, Incensórios, Castiçais e outros objetos opcionais. Muitos Covens tocam instrumentos musicais. Enfim, o melhor é usar a imaginação para criar seus rituais.

O ALTAR

Sempre que possível, uma Bruxa deve ter seu Altar, que deverá ser seu ponto de ligação com os Deuses. Não precisa ser nada complicado ou Luxuoso. Tradicionalmente, ele deve ficar ao Norte. Uma vela preta é colocada a Oeste simbolizando a Deusa, e uma vela branca a Leste para o Deus. No Altar deve estar o Cálice e o Athame, o Pentagrama, a Varinha e outros objetos utilizados nos rituais. Também é comum se colocarem símbolos para os Quatro Elementos, como uma pena para o Ar, uma planta para a Terra, uma vela vermelha ou enxofre para o Fogo, e, logicamente, Água para esse mesmo Elemento. Muitas pessoas colocam um símbolo para a Deusa e o Deus, como uma concha e um chifre, ou mesmo estátuas e gravuras dos Deuses. Abuse da sua criatividade, pois o Altar é o seu espaço pessoal, onde deve ser colocado todo o seu Amor. Se, por algum motivo, você não puder montar um Altar onde você mora, crie um espaço na sua imaginação, pois o verdadeiro Templo está dentro de você, ou vá para a Natureza e faça dela o mais lindo de todos os santuários.

A RODA DO ANO

Existem oito datas principais na Wicca, conhecidas como Festivais ou Sabás. Nos Festivais, as Bruxas fazem rituais de adoração e agradecimento aos Deuses. Uma vez por mês, durante a Lua Cheia, nós também nos reunimos nos chamados Esbas. Esses encontros são usados para se discutir assuntos referentes ao grupo, para a realização de feitiços e rituais extraordinários, bem como para estudos e realização de exercícios de relaxamento, visualização, etc. Um Coven deve ser como uma grande família, portanto, ele também pode se reunir para passear, viajara, ir ao cinema, ao futebol, simplesmente para jogar conversa fora, ou para obras de melhoria do nosso Planeta, como trabalho em favor da Ecologia, dos Animais, dos Direitos Humanos ou de pessoas carentes. No fim desta obra é dada uma lista com endereços e sugestões de trabalho.

A Roda do Ano - Representada pelos oito Sabás, tem por objetivo sincronizar a nossa energia com as Estações do Ano, ou seja, com os ciclos do Planeta terra e do Universo. Ela descreve o caminho do Sol durante o ano, representando as várias fases do Deus: seu nascimento, crescimento, união com a Deusa, e, finalmente, seu declínio e morte. Da mesma forma que o Sol nasce e se põe todos os dias, e da mesma forma que a primavera faz a Terra renascer após o Inverno, o Deus nos ensina que a Morte é apenas um ponto no ciclo infinito de nossa evolução para podermos renascer do Útero da Mãe. Para algumas tradições da Wicca, o ano se inicia no Solstício de Inverno. Outras consideram a noite do dia 31 de Outubro como início do ano. Essa data é conhecida como Halloween ou Dia das Bruxas, mas seu nome tradicional é Samhain, que significa "Sem Sol", referindo-se ao tempo de Inverno. Essa época também é correspondente ao Ano Novo Judaico.

Yule - Solstício de Inverno (21 de Dezembro)
É desta data antiga que se originou o Natal Cristão. Nesta época, a Deusa dá à Luz o deus, que é reverenciado como CRIANÇA PROMETIDA. Em Yule é tempo de reencontrarmos nossas esperanças, pedindo para que os Deuses rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas e desgastadas. É hora de descobrirmos a criança dentro de nós e renascermos com sua pureza e alegria. Coloque flores e frutos da época do altar. Se quiser, pode fazer uma árvore enfeitada, pois está é a antiga tradição "pagã", onde a árvore era sagrada e os meses do ano tinham nomes de árvores. Esta é a noite mais longa do ano, onde a Deusa é reverenciada como a Mãe da Criança Prometida ou do Deus Sol, que nasceu para trazer Luz ao mundo. Da mesma forma, apesar de todas as dificuldades, devemos sempre confiar em nossa própria luz interior.

Candlemas - Festa do Fogo ou Noite de Brigit (02 de fevereiro)

Este Sabá é dedicado à Deusa Brigit, Senhora da Poesia, da Inspiração, da Cura, da Escrita, da Metalurgia, das Artes marciais e do Fogo. Nesta noite, as Bruxas colocam velas cor de laranja ao redor do círculo, e uma vela acesa dentro do Caldeirão. Se o ritual é feito ao ar livre, pode-se fazer tochas e girar ao redor do círculo com elas. A Bruxa mais jovem da Assembléia pode representar Brigit, entrando por último no círculo para acender, com sua tocha, a vela do caldeirão, ou a fogueira, se o ritual for ao ar livre, o que representaria a Inspiração sendo trazida para o círculo pela Deusa. Os membros do Coven devem fazer poesias, ou cantar em homenagem a Brigit. Pedidos, agradecimentos ou poesias devem ser queimados na fogueira ou no caldeirão em oferenda, no fim do ritual. o Deus está crescendo e se tornando mais forte, para trazer a Luz de volta ao mundo. É hora de pedirmos proteção para todos os jovens, em especial da nossa família de do Coven. Devemos mentalizar que o Deus está conservando sempre viva dentro de nós a chama da saúde, da coragem, da ousadia e da juventude. O altar deve ser enfeitado com flores amarelas, alaranjadas ou vermelhas. A consagração deve ser feita pelos membros mais jovens do Coven.

Equinócio de Primavera - Ostara (21 de Março)

Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa. Os membros do Coven usam grinaldas, e o Altar deve ser enfeitados com flores da época. É um costume muito antigo colocar ovos pintados no Altar. Eles simbolizam a fecundidade e a renovação. Os ovos podem ser pintados crus e depois enterrados, ou cozidos e comidos enquanto mentalizamos nossos desejos. Nesse caso, não utilize tintas tóxicas, pois podem provocar problemas se ingeridas. Use anilinas para bolo, ou cozinhe os ovos com cascas de cebola na água, o que dará uma bela cor dourada. Antes de comê-los, os membros do Coven devem girar de mãos dadas em volta do Altar para energizar os pedidos. Os ovos devem ser decorados com símbolos mágicos, ou de acordo com a sua criatividade. Os pedidos devem ser voltados à "fertilidade" em todas as áreas.

Beltane - A Fogueira de Belenos, Festa da Primavera (01 de Maio)

Beltane é o mais alegre e festivo de todos os Sabás. O Deus, que agora é um jovem no auge da sua fertilidade, se apaixona pela Deusa, que em Beltane se apresenta como a Virgem e é chamada "Rainha de Maio". Em Beltane se comemora esse amor que deu origem a todas as coisas do Universo. Beleno é a face radiante do Sol, que voltou ao mundo na Primavera. Em Beltane se acendem duas fogueiras, pois é costume passar entre elas para se livrar de todas as doenças e energias negativas. Nos tempos antigos, costumava-se passar o gado e os animais domésticos entre as fogueiras com a mesma finalidade. Daí veio o costume de "pular a fogueira" nas festas juninas. Se não houver espaço, duas tochas ou mesmo duas velas podem ter a mesma função. Deve-se ter o maior cuidado para evitar acidentes! Uma das mais belas tradições de Beltane é o MAYPOLE, ou MASTRO DE FITAS. Trata-se de um mastro enfeitado com fitas coloridas. Durante um ritual, cada membro escolhe uma fita de sua cor preferida ou ligada a um desejo. Todos devem girar trançando as fitas, como se estivessem tecendo seu próprio destino, colocando-nos sob a proteção dos Deuses. É costume em Wicca jamais se casar em Maio, pois esse mês é dedicado ao casamento do Deus e da Deusa.

Litha - Solstício de Verão (21 de Junho)

Nesse dia o Sol atingiu a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O deus chega ao ponto máximo de seu poder. Este é o único Sabá em que às vezes se fazem feitiços, pois o seu poder mágico é muito grande. É hora de pedirmos coragem, energia e saúde. Mas não devemos nos esquecer que, embora o Deus esteja em sua plenitude, é nessa hora que ele começa a declinar. Logo Ele dará o último beijo em sua amada, a Deusa, e partirá no Barco da Morte, em busca da Terra do Verão. Da mesma forma, devemos ser humildes para não ficarmos cegos com o brilho do sucesso e do Poder. Tudo no Universo é cíclico, devemos não só nos ligarmos à plenitude, mas também aceitar o declínio e a Morte. nesse dia, costuma-se fazer um círculo de pedras ou de velas vermelhas. Queimam-se flores vermelhas ou ervas solares (como a Camomila) juntamente com os pedidos no Caldeirão.

Lamas - Lughnasad ou Festa da Colheita (01 de Agosto)

Lughnasad era tipicamente uma festa agrícola, onde se agradecia pela primeira colheita do ano. Lugh é o Deus Sol. na Mitologia Celta, ele é o maior dos guerreiros, que derrotou os Gigantes, que exigiam sacrifícios humanos do povo. A tradição pede que sejam feitos bonecos com espigas de milho ou ramos de trigo representando os Deuses, que nesse festival são chamados Senhor e Senhora do Milho. Nessa data deve-se agradecer a tudo o que colhemos durante o ano, sejam coisas boas ou más, pois até mesmo os problemas são veículos para a nossa evolução. O outro nome do Sabá é Lammas, que significa "A Massa de Lugh". Isso se deve ao costume de se colher os primeiros grãos e fazer um pão que era dividido entre todos. Os membros do Coven devem fazer um pão comunitário, que deverá ser consagrado junto com o vinho e repartido dentro do círculo. O primeiro gole de vinho e o primeiro pedaço de pão devem ser jogados dentro do Caldeirão, para serem queimados juntamente com papéis, onde serão escritos os agradecimentos, e grãos de cereais. O boneco representando o Deus do milho também é queimado, para nos lembrar de que devemos nos livrar de tudo o que é antigo e desgastado para que possamos colher uma nova vida.
O Altar é enfeitado com sementes, ramos de trigo, espigas de milho e frutas da época.

Mabon - Equinócio de Outono (21 de Setembro)

No Panteão Celta, Mabon, também conhecido como Angus, era o Deus do Amor. Nessa noite devemos pedir harmonia no amor e proteção para as pessoas que amamos. Está é a segunda colheita do ano. O Altar deve ser enfeitado com as sementes que renascerão na primavera. O chão deve ser forrado com folhas secas. O deus está agonizando e logo morrerá. este é o Festival em que devemos pedir pelos que estão doentes e pelas pessoas mais velhas, que precisam de nossa ajuda e conforto. Também é nesse festival que homenageamos as nossas Antepassadas Femininas, queimando papéis com seus nomes no Caldeirão e lhes dirigindo palavras de gratidão e bênçãos.

Samhain - Halloween ou Dia das Bruxas (31 de Outubro)

este é o mais importante de todos os Festivais, pois, dentro do círculo, marca tanto o fim quanto o início de um novo ano. Nessa noite, o véu entre o nosso mundo e o mundo dos mortos se torna mais tênue, sendo o tempo ideal para nos comunicarmos com os que já partiram. As bruxas não fazem rituais para receber mensagens dos mortos e muito menos para incorporar espíritos. O sentido do Halloween é nos sintonizarmos com os que já partiram para lhes enviar mensagens de amor e harmonia. A noite do Samhain (pronuncia-se SOUEN) é uma noite de alegria e festa, pois marca o início de um novo período em nossas vidas, sendo comemorado com muito ponche, bolos e doces. A cor do sabá é o negro, sendo o Altar adornado com maçã, o símbolo da Vida Eterna. O vinho é substituído pela sidra ou pelo suco de maçã. deve-se fazer muita brincadeiras com dança e música. Os nomes das pessoas que já se foram são queimados no Caldeirão, mas nunca com uma conotação de tristeza!
No Altar e nos Quadrantes não devem faltar as tradicionais Máscaras de Abóbora com velas dentro.
Antigamente, as pessoas colocavam essas abóboras na janela para espantar os maus espíritos e os duendes que vagavam pelas noites do Samhain. Essa palavra significa "Sem Luz", pois, nessa noite, o Deus morreu e mundo mergulha na escuridão. A Deusa vai ao Mundo das Sombras em busca do seu amado, que está esperando para nascer. Eles se amam, e, desse amor, a semente da luz espera no Útero da Mãe, para renascer no próximo Solstício de Inverno como a Criança da Promessa.
A Roda continua a girar para sempre. Assim, não há motivo para tristezas, pois aqueles que perdemos nessa vida irão renascer, e, um dia, nos encontraremos novamente, nessa jornada infinita de evolução.

Obs.: Candlemas, Beltane, Lammas e Samhain são Grandes Sabás, enquanto os Solstícios e Equinócios são Pequenos Sabás.
As datas fornecidas acima são do Hemisfério Norte. Muitas pessoas preferem adaptá-las ao nosso hemisfério, mudando a ordem dos Sabás. Outras já acham que se deve manter a tradição e seguir as datas da Europa. Isso depende do gosto de cada um, mas, no Brasil, não existem quatro estações, sendo que muitas regiões têm um Verão permanente ou uma estação chuvosa, o que torna bem difícil adaptar os Sabás aos aspectos da Natureza. Eu prefiro seguir as datas tradicionais e homenagear certos s aspectos da Natureza no Altar. Por exemplo, se eu comemoro o Equinócio do Outono em Setembro, que para nós seria Primavera, eu coloco algumas flores da época no Altar em homenagem à Natureza, mas sigo os aspectos do Equinócio de Outono durante o Ritual. Para dizer a verdade, eu acho muito estranho se comemorar Beltane em 31 de Outubro, quando é dia das Bruxas, mas isso depende da vontade de cada um. Eu penso que as Bruxas comemoravam esses Sabás na mesma data há milhares de anos! Já pensou se cada país comemorasse o Natal num dia? Se perderia a Universalidade da data! O Círculo é um ESPAÇO ENTRE OS MUNDOS, portando, dentro dele podemos criar o tempo e o espaço que quisermos!

RITUAL E PRÁTICA DA BRUXARIA

Muitos me perguntam se é melhor ser uma Bruxa Solitária ou fazer parte de um Coven. Isso depende do temperamento de cada um. As duas coisas têm suas vantagens e problemas. Trabalhando sozinha, você tem liberdade e autonomia, sem depender da opinião do grupo. Por outro lado, dentro de um Coven, você pode encontrar amizades e pessoas com quem dividir suas idéias e dificuldades, pessoas mais experientes para lhe ensinar e muita alegria nos rituais. Cabe a você determinar sua forma de trabalho, pois a energia só flui num clima de muita alegria e descontração. O mais comum é encontrarmos pessoas que comemoram os Sabás em grupo, mas mantêm um trabalho independente como Bruxo Solitário.
Para se trabalhar num Coven é preciso que haja total afinidade entre os membros. Todas as opiniões devem ser ouvidas para que se chegue a um consenso O Coven é formado por 13 pessoas, cada uma representando um mês do ano, pois, nas Sociedades Matrifocais, o ano segue o Calendário Lunar de 13 meses de 28 dias, mais um dia, no total 365 dias. Daí vem a expressão "Um Ano e um Dia", pois, quando é iniciada, a pessoa estuda durante esse período para, depois, confirmar seus votos. O Calendário de 13 Luas também era usado pelos Maias, e é o que se afina melhor com os Ciclos da Terra. Para um praticante de Bruxaria é muito importante se afinar com as fases da Lua. Rituais para novos começos são feitos na Lua Nova. Quando queremos crescimentos devemos trabalhar na Lua Crescente. A Lua Cheia é indicada para Rituais de prosperidade, fertilidade e trabalhos que exijam grande dose de energia. Se queremos nos livrar de energias negativas, doenças, etc, devemos trabalhar na Lua Minguante, que também é conhecida como LUA NEGRA. Esse conceito não tem nada a ver com o Mal, dizendo respeito ao lado obscuro da mente, que devemos conhecer, pois é a negação desse lado negro que muitas vezes se transforma em ódio e negatividade.
Não é necessário que se tenha 13 pessoas no Coven, pois é melhor se trabalharem duas ou três pessoas afinadas do que uma multidão que não se entende! Um Coven problemático é uma grande dor-de-cabeça, e nenhuma energia positiva consegue fluir nessas condições. Ao atingir mais que 13 membros, algumas pessoas do Coven podem optar por formar seus próprios grupos interligados, dando origem ao que se chama de Clã. Dentro do Clã, todos os Covens mantêm a sua independência e trocam informações.
Num Coven, todas as pessoas são iguais. Muitas vezes, eu uso expressões no feminino durante o curso. Isso não deve ser visto como se o homem fosse menos importante para a Wicca. Deve haver um equilíbrio entre as energias masculina e feminina para que haja harmonia em nossas vida.

Algumas pessoas começam o círculo pelo Leste, mas eu prefiro a maneira Celta e sempre começo pelo Norte. Na Tradição Celta, o Norte é sagrado, pois é pelo Norte que o guerreiro entra no círculo do conhecimento, e foi pelo Norte da Terra que os Celtas vieram para a Europa. Uma forma de traçar o círculo é dizer: "Pelo Poder da Deusa e do Deus, pelos Guardiões dos Quatro Quadrantes, eu traço este Círculo Sagrado. Deste espaço nenhum Mal sairá, e nele nenhum Mal poderá entrar!"
Se você quiser, pode para em cada Quadrante e convidar os Elementais para entrar no círculo. Antes de iniciarmos o ritual, o lugar em que será traçado o Círculo deve ser varrido com a Vassoura para eliminar qualquer negatividade. Mesmo assim, devemos evitar fazer rituais em locais negativos. Na maioria das vezes, o Círculo é traçado no sentido horário durante os Sabás e no sentido anti-horário para os Feitiços, em especial nos trabalhos para se banir energia negativas.
Dentro do Círculo deve haver um símbolo em cada Quadrante representando os Quatro Elementos: Água, Sal ou qualquer objeto marinho para a Água a Oeste; uma vela ou enxofre para o Fogo ao Sul; um pouco de terra ou uma planta para a Terra ao Norte; e uma pena ou incenso para o Ar a Oeste. Esses elementos podem ser substituídos por velas na cor dos Quadrantes.
Na Tradição Celta, as cores são: Negro para o Norte, representando a meia-noite; Vermelho para o Leste, representando o nascer do Sol; Branco para o Sul, representando o Sol do meio-dia; e Cinza, Azul ou Púrpura para o Oeste, representando o crepúsculo. Não é meu objetivo apresentar um Ritual para ser copiado, e sim dar uma base para que você crie os seus próprios rituais, de acordo com suas características e possibilidades.
Antes de iniciar o Ritual, tudo já deve ter sido planejado com antecedência, e as funções de cada um já devem estar determinadas. Depois de traçado o Círculo, a sacerdotisa convida a Deusa para entrar no Círculo, e o Sacerdote faz o convite ao Deus. Esse ritual de evocação dos Deuses pode ser feito por outros membros do Coven se for o desejo da Sacerdotisa. Ela é a senhora do Coven, sendo sua atribuição determinar as funções de cada um, bem como dirigir um ritual e determinar seu andamento. Na falta de uma Sacerdotisa, essas atribuições vão para o sacerdote do Coven. Cabe também à sacerdotisa explicar o porquê do ritual e de tudo o que será feito para o Coven, naquela ocasião.
Os rituais são feitos após o crepúsculo, seguindo a Roda do Ano. Caso se trate de um ritual para a realização de um Feitiço, é melhor seguir as tabelas de Horário Planetário, que são dadas no final do curso, mas sem se prender demasiadamente a eles, pois nem sempre se pode fazer o Ritual no dia e hora mais propícios.
• O Coven pode fazer alguma visualização ou alguma atividade relacionada com o Sabá ou Feitiço a ser realizado.
• Logo após, a Sacerdotisa e o Sacerdote realizam a Consagração do Vinho. A Sacerdotisa segura o Cálice com ambas as mãos e diz:
"- Este é o Útero da Grande Mãe. Dele todas as coisas do Universo foram criadas."
• Então, o Sacerdote segura o Athame com as duas mãos e introduz a ponta no Cálice, tocando levemente o vinho, enquanto diz:
"- Este é o Falo Divino. Este é o Poder da Fertilidade."
• A Sacerdotisa diz:
"- A União da Deusa e do Deus foi feita. Toda a vida foi criada. Abençoado seja o Amor dos Deuses!"
• Todo o Coven responde:
"- Abençoado seja!"
• O Sacerdote retira o Athame do Cálice, beija a lâmina e recoloca no Altar.
• A Sacerdotisa derrama um pouco de vinho no Caldeirão (ou no chão, se o ritual for ao ar livre). Isto é chamado Libação, e representa uma oferenda aos Deuses. Depois, ela bebe um gole de vinho, dá o Cálice ao Sacerdote, que, após beber, passa aos outros membros do Coven. O último a beber devolve o Cálice à Sacerdotisa, que deve recolocá-lo no Altar. As funções do Sacerdote e da Sacerdotisa podem mudar durante a Consagração, mas, nesse caso, se o Sacerdote segura o Cálice, ele deve se ajoelhar diante da Sacerdotisa.
• Todos os membros devem beber vinho e comer um pedaço de pão, quando o ritual exigir que ele seja compartilhado. Nesse caso, o primeiro pedaço também deve ser jogado no caldeirão como oferenda.
• Depois da Consagração, os membros podem queimar suas oferendas e pedidos no Caldeirão.
• Nessa hora, todos devem dar as mãos e girar ao redor do fogo, para criar o Cone do Poder. Esse é o nome da Grande Massa de energia criada durante o Ritual. Ela circula pelos corpos energéticos de todos os membros do Coven e se junta num ponto acima do Círculo. Essa concentração de energia recebeu esse nome porque os videntes dizem enxergá-la em forma de cone, de onde vieram as representações de Bruxas e Magos usando chapéus pontudos. Muitos dizem que essa forma auxilia a captação de poder, como acontece nas pirâmides. Se você quiser testar é só fazer uns chapéus em forma de cone para o seu grupo. Se não ajudar em nada, pelo menos é bem divertido!
• Cabe à sacerdotisa perceber quando o nível de energia atingiu um nível satisfatório. Então, ela ergue os braços e todos imitam o seu movimento, lançando o Cone em direção ao Universo, para que seus objetivos sejam realizados.
• Depois de enviado o Cone, todos devem entrar numa fase de relaxamento, onde se pode dançar, ler poesias ou simplesmente partir para os Bolos e Vinho. Esse compartilhar de alimentos é uma das partes mais importantes do Ritual, pois é através da sua Alegria que você faz a verdadeira Comunhão com os Deuses.
• O Ritual não deve ter muitas formas rígidas. cada um deve criar a sua própria forma de chamar os Deuses. Não se desespere caso você gagueje ou esqueça aquele belo ritual decorado. Dê umas boas risada e vá em frente!
• Se você não tem senso de humor, esqueça a Wicca, pois você nunca será uma Bruxa!
• Isto não quer dizer que você possa entrar no Círculo para fazer palhaçadas, sem nenhum respeito aos Deuses. A Bruxaria tem seus momentos de descontração e seriedade. Cabe a você saber diferenciar as situações.
• Quando o grupo decidir terminar o Ritual, as pessoas que evocaram os Deuses devem agradecê-los e se despedir. A mesma pessoa que traçou o círculo deve abri-lo, fazendo o traçado no sentido oposto ao que foi traçado, e também deve se despedir de todas as entidades que foram convidadas e agradecer sua ajuda, dizendo:
"- Pelo Amor do Deus e da Deusa, pelos Guardiões dos Quatro Quadrantes, eu abro este Círculo Sagrado. Ele está Aberto, mas não Quebrado. Que ele seja enviado ao Universo."
• Feliz encontro, feliz partida, feliz encontro novamente. Que assim seja, para o Bem de Todos!

É muito importante a criatividade nos Rituais. Eles não devem ser interrompidos, e, salvo em caso de necessidade, nenhum membro deve sair do Círculo até o final. Se isso tiver que ser feito, deve-se pular a Vassoura para não quebrá-lo, pois, se isso ocorrer, todo o Ritual de Abertura terá que ser feito novamente.
Quem tiver algum problema de saúde não deve participar dos Rituais. Se alguma pessoa se sentir mal, deve sair imediatamente do Círculo. Grávidas, pessoas idosas ou muito jovens devem ter cuidados especiais. Pode-se iniciar as pessoas no Coven a partir dos 13 anos, ou, no caso das meninas, após a primeira menstruação. Não é comum crianças pequenas nos Rituais, mas elas podem participar de alguns Rituais em família. Para os que têm filhos, é aconselhável que se criem Rituais leves para que as crianças conheçam os Deuses e desenvolvam seu Amor pela Natureza. Um exemplo seria criar um Ritual simples para que as crianças consagrassem um jardim ou pedissem aos Deuses proteção para seus bichinhos de estimação.
A Bruxa Solitária deve seguir os mesmos passos dados acima, com a diferença de que ela mesma consagrará o Vinho e dançará em volta do Caldeirão para formar o Cone do Poder. Não se preocupe, pois você, desde que tenha a necessária concentração, poderá formar um Cone do Poder tão bom quanto um grupo de várias pessoas, especialmente se elas não estiverem em sintonia. No final do curso é dado o Ritual de Auto-Iniciação, que serve de base para a criação pessoal. se a pessoa estiver sendo iniciada num Coven, ela deve ser trazida para dentro do Círculo e iniciada pela Sacerdotisa ou Sacerdote. fará os mesmos votos dados na Auto-Iniciação, e prometerá nunca revelar os nomes mágicos de seus companheiros do Coven. Em muitos Covens, a pessoa é apresentada aos Quatro Quadrantes, enquanto a Sacerdotisa desenha com o dedo um Pentagrama em sua testa e em seu coração. Então, a pessoa revela seu Nome Mágico para o Coven e recebe seu Athame, seu Pentagrama e outros símbolos do Coven. Cada grupo deve criar seu próprio Ritual de Iniciação, mas procurando evitar coisas como vendar os olhos, amarrar ou encostar o Punhal no peito das pessoas, pois eu, por experiência própria, sei que isso é bastante desagradável. O Ritual de Iniciação é uma ocasião festiva e não um trote de faculdade! Depois de Iniciada, a pessoa passará por um período de Um Ano e Um Dia de estudos para depois confirmar seus votos. Se, em algum momento, ela decidir deixar o Coven, poderá fazê-lo sem sofrer pressões, ameaças ou maldições. O Coven não poderá fazer com que ninguém jure coisas absurdas nem interferir na vida particular de seus membros! Isto não cabe dentro da Wicca, e só pessoas desequilibradas agem dessa forma! Todas as pendências devem ser resolvidas durante os Esbas, de maneira amigável, e nunca durante os Rituais. Toda Bruxa deve ter a sua vida solitária fora do Coven, sendo que este não deve se responsabilizar ou intrometer nessas atividades. O Coven não pode exigir dinheiro para que as pessoas sejam iniciadas ou assistam aos rituais, mas é lícito que os membros contribuam para a manutenção do grupo e cobrem por serviços como cursos, palestras, atendimento através de oráculos, etc., visto que o grupo sempre precisará de fundos para se manter, funcionando como uma cooperativa.

FEITIÇOS E ENCANTAMENTOS (MAGIA WICCA)

Todo Ritual que não seja de adoração, isto é, que seja feito para se alcançar um propósito ou realizar algum desejo é chamado Feitiço ou Encantamento, sendo uma das partes mais procuradas da aprendizagem. Basicamente existem:

• Feitiços de Cura
• Feitiços de Amor
• Feitiços de Prosperidade
• Feitiços de Proteção
• Feitiços para Elevação Espiritual

Quase todos os desejos e problemas humanos se encaixam numa dessas categorias. Dentro da Wicca não se faz Magia Negra, pois acreditamos que tudo o que fizermos voltará para nós multiplicado por três!
A Magia Negra não é só aquela em que se deseja o Mal para outras pessoas, ou Rituais com o uso de Sangue e Sacrifícios. Magia Negra também pode ser interferir no Livre Arbítrio de outras pessoas. Isto acontece muito em Feitiços de Amor, pois várias pessoas me pedem para se casar com determinada mulher, ou para o marido voltar, ou fazer a filha largar daquele namorado esquisito! Me parece que essas pessoas não têm a menor preocupação com a vontade alheia. Para a tristeza das "mães bem-intencionadas", suas filhas têm o direito de escolher os seus relacionamentos e de dar cabeçadas na vida, pois, talvez, ela necessite até carmicamente dessa experiência para evoluir como ser humano. Além do mais, temos o péssimo costume de julgar os outros pelas aparências, e, muitas vezes, somos vítimas dos nossos preconceitos e cometemos grandes injustiças! É muito melhor fazer um Ritual de Proteção para que os Deuses orientem seus filhos no caminho certo, e deixar que eles vivam suas vidas com o mínimo de interferência.
Quanto aos Rituais de Amor, nunca devemos forças uma pessoa a nos amar, e muito menos a casar conosco! Não podemos prever o futuro, e o casamento de nossos sonhos pode se tornar um grande pesadelo! Muitas pessoas se casam através desses Rituais de AMARRAÇÃO, para verem, depois de algum tempo, aquela paixão forçada se transformar em puro ÓDIO, quando tudo não termina em tragédia!
• Correto seria pedir aos Deuses para que lhe mostrassem a pessoa certa para lhe fazer feliz e também ser feliz ao seu lado, pois, muitas pessoas que me pedem Feitiços de Amor raramente parecem se preocupar com a felicidade do outro! Agora, se você tem certeza de que alguém te ama, e existem obstáculos ao seu bom relacionamento, um feitiço pode ser feito para afastar esses obstáculos, que podem ser pessoas fofoqueiras, preconceitos, uma família intransigente, etc.
• Sempre que terminar um Feitiço, diga: "QUE SEJA PARA O BEM DE TODOS!" Confie na sabedoria dos Deuses, pois a visão deles é muito mais ampla que a nossa!
• Wicca é uma Tradição Lunar, assim, todos os rituais devem ser feitos após o Sol se pôr, a não ser que seja absolutamente impossível. Como foi dado anteriormente, cada fase da Lua tem o seu significado. Eu gosto muito de fazer quase todos os meus Feitiços na Lua Cheia. Só os Feitiços de Banimento são feitos na Lua Minguante. Em muitas tradições mágicas, a mulher é desaconselhada a trabalhar quando estiver menstruada. Na Wicca, essa é a fase de maior poder, especialmente quando coincidir com a Lua do Feitiço.

Existem vários Feitiços de acordo com a Energia utilizada:

Energia Natural - É a Energia dos elementos da Natureza, como Ervas, Cristais, Componentes animais e também o uso das linhas de força do Planeta, conhecidas como Forças Telúrica.
Energia Elemental - É aquela em que a Bruxa pede ajuda a seres ligados aos Quatro Elementos (Água, Fogo, Terra e Ar), isto é, trabalha com os Gnomos, Fadas, Salamandras, Silfos, Dragões e outros seres do mundo Astral.
Energia Planetária - Como o próprio nome diz, é o trabalho com as Energias dos Planetas. As Bruxas, de um modo especial, trabalham com a chamada Energia Lunar, pois a Lua é um refletor não só da Energia Solar como da Energia de todos os Planetas do nosso sistema.
Energia Divina - É quando a Bruxa trabalha diretamente com os Deuses, evocando seu poder para o trabalho mágico.
Energia Pessoal - É aquela gerada interiormente, ou seja, da própria fonte de Energia interna da Bruxa. Essa Energia é chamada Kundalini no Oriente, e nada mais é do que a energia Sexual do ser humano, que, na verdade, é a nossa maior fonte de Poder Pessoal.

Para resumir, quando a Bruxa ergue o Cone do Poder, ela está gerando seu próprio Poder Pessoal, através da Energia Sexual, ou está drenando Energia de alguma das fontes citadas acima. O mais comum é utilizarmos várias dessas fontes durante um Feitiço. Por exemplo, podemos utilizar a Energia das Plantas e água energizadas pela Lua, carregarmos com nossa Energia Mental, e ainda chamar os Elementais e os Deuses para nos ajudar!
Quando trabalhar com os Deuses, nunca misture Panteões! Na Dúvida, use os termos Deusa e Deus, pois todas as deusas são uma só Deusa, e todos os deuses são o mesmo Deus!
Nunca trabalhe após as refeições, e, no dia dos Feitiços, procure não comer carne ou ingerir bebidas alcoólicas. Evite qualquer tipo de droga ou calmante, e tome somente os remédios estritamente necessários!
Nunca faça um Feitiço quando estiver doente ou esgotada fisicamente, a não ser numa emergência!
Um Ritual pode consumir muito mais Energia do que uma aula de aeróbica, ou uma partida de futebol!
Portanto, não seja como certas pessoas muito Espiritualistas, que descuidam do corpo e depois querem ser Bruxas! Prefira alimentos naturais, tome vitaminas e pratique algum esporte! Aulas de Artes Marciais são ótimas! Se não for possível, pelo menos faça caminhadas, de preferência numa praia ou parque, onde tenha muito verde!
Nunca esqueça de traçar o círculo quando for realizar um Feitiço. Eu costumo sempre chamar os Deuses e Elementais adequados para me auxiliar. Sempre eu tomo um banho antes do Ritual e procuro determinar exatamente o que será feito, para que não haja dúvidas durante a execução.
Se você tiver um Animal Guardião, pode chamá-lo para ficar em sua companhia durante o Feitiço (o Ritual para se encontrar o Animal Guardião será dado mais adiante).
Você deve montar o altar com as velas do Deus e da Deusa, colocar pelo menos algum símbolo para os Quatro Elementos, um incenso apropriado, ervas e outros materiais. As ervas devem ser queimadas dentro do Caldeirão. O Fogo deverá ser o foco da sua concentração. Gire em torno dele para criar o Cone do Poder, como já foi explicado. O sucesso de um Feitiço depende muito mais da sua concentração que dos materiais utilizados. A Força da Emoção e da Vontade é essencial para que se consiga bons resultados. Você pode criar um mantra, que será repetido enquanto você gira ao redor do Caldeirão. Esse mantra pode ser uma palavra que tenha a ver com o Feitiço, uma canção ou rima criada de acordo com o seu desejo.
É comum as Bruxas fazerem versos que são recitados durante o Feitiço. Por exemplo:

"Forças da Terra e do Fogo,
Forças da Água e do Vento,
Protejam eternamente
O Amor do meu pensamento."

Á primeira vista, isso pode parecer meio bobo, mas é uma poderosa forma de alterar a sua consciência. Para se fazer um Feitiço é importante que se tenha quatro itens: DESEJO, CONCENTRAÇÃO, VISUALIZAÇÃO E EXPECTATIVA!
É preciso ter um forte DESEJO, pois um Feitiço depende muito da carga emocional que você conseguir projetar nele. Você precisa saber exatamente o que você quer e permanecer firme a essa idéia! Também é necessária uma boa dose de CONCENTRAÇÃO para que não se desvie do seu objetivo e possa manter uma imagem fixa do seu desejo durante o Ritual. Para que um desejo atinja os níveis mais profundos de nossa mente é necessário que ele seja expresso em imagens, pois o Inconsciente trabalha através de símbolos e não de palavras. É importante que você consiga fazer uma VISUALIZAÇÃO do seu desejo realizado, num quadro o mais perfeito possível! No começo, pode parecer difícil, mas seria bom fazer alguns elementos de Visualização. Um exercício simples é olhar para um objeto, fechar os olhos e tentar revê-lo novamente com o máximo de detalhes. OU simplesmente tentar criar cenas mentais, o mais exatas possíveis. Mas a boa visualização não significa apenas ver um objeto! Se você está imaginando uma fruta, por exemplo, o certo é você imaginar seu gosto, cheiro, textura, etc. A boa Visualização leva em conta todos os sentidos!
Finalmente, você precisa de uma EXPECTATIVA favorável, isto é, você tem de acreditar realmente que seu Feitiço vai funcionar! Muitas vezes, essa é a parte mais difícil, pois seria preciso manter o espírito confiante de uma criança, mas as pessoas, com o passar do tempo, aprendem a duvidar, especialmente se o Feitiço demora um pouco para acontecer! Tudo no Universo tem seu tempo certo, e às vezes temos que ter paciência e esperar o momento favorável. Muitos feitiços que eu fiz no começo de meu trabalho com Feitiçaria não se realizaram por esse motivo!
No final do curso existe uma Tabela de Correspondências para facilitar o seu trabalho, mas é preciso que você pesquise novos materiais, estude plantas medicinais (especialmente as da sua região) e crie novos Feitiços de acordo com a sua personalidade. A Wicca é uma aprendização constante, um eterno exercício de criatividade!
Nos meus Feitiços eu costumo usar um Condensador Psíquico, isto é, uma substância que ajuda a concentrar energias. Um dos melhores condensadores é o sangue, mas como ele não é utilizado na Wicca eu vou ensinar um substituto perfeito. Trata-se da Camomila. Faça um chá bem forte com essa erva, coe, deixe esfriar, e, durante o feitiço, deixe cair algumas gotas no material utilizado. A concentração de energias será muito mais rápida e fácil.
Sempre que encerrar um Feitiço, diga: "Que o meu desejo se realize, para o BEM DE TODOS!" Isso evitará resultados desagradáveis.
Por último, é preciso ter paciência e até aprender com os próprios erros, pois, quando se está engatinhando no mundo da Bruxaria, nem tudo corre exatamente como desejamos. Muitas vezes, um Feitiço falha porque você não estava num dia propício, ou precisa um pouco mais de concentração. Isso tudo vem com o tempo.
Muito mais importante é que você consiga se harmonizar com as forças da Natureza. Se liberte de muitos preconceitos e encontre o caminho da Alegria. Que este curso possa se tornar uma pequena semente, o ponto de partida para sua evolução. Um dia, nos encontraremos, e, nesse dia, espero que vocês tenham muito a me ensinar. Que os Deuses estejam em todos os seus caminhos. Que possam encontrar dentro de vocês tudo o que eu não pude ensinar, pois o coração é o melhor professor.
Assim seja!

Obs.: Muito cuidado com a Energia de Saturno, pois ela é muito destrutiva e perigosa para que não tem muita vivência em Feitiçaria!

TABELA DE CORRESPONDÊNCIA 2

Obs.: Use o número planetário colocando 7 Rosas para Vênus, 4 velas Púrpuras para Júpiter, 8 galhinhos de Salsa para Mercúrio, etc.

RITUAL DO ANIMAL GUARDIÃO

Deite-se num lugar tranqüilo, faça uma contagem de 7 a 1, procurando relaxar todo o corpo. Imagine-se entrando numa caverna escura, onde encontrará vários animais. Pergunte a cada um deles se é o seu Animal Guardião. Se o animal ficar em silêncio e ir embora, a resposta é negativa. O animal que lhe responder será o seu Guardião, por toda a vida. Não revele a ninguém o seu Guardião!

RITUAL DA LUA OU "PUXAR A LUA PARA BAIXO"

Esse Ritual deve ser feito antes de um Sabá ou Feitiço.
Sente-se com a coluna reta. Imagine que uma grande Lua Cheia está sobre a sua cabeça e invade todo o seu corpo. Mantenha essa visualização de olhos fechados por alguns minutos. Depois, se estiver num espaço aberto, olhe para a Lua. Se estiver num espaço fechado, abra os olhos e relaxe por alguns instantes.
Este Ritual é feito somente por mulheres. Para o homem, é mais comum imaginar ou fazer incidir o reflexo da Luz num espelho, para depois imaginar que sua Luz entra pelo Chacra Frontal (espaço entre as sobrancelhas).

ENDEREÇOS ÚTEIS

Ecologia
Greenpeace - Rua dos Pinheiros, 240, Conj. 32 - São Paulo
Fone: (011) 881-4940

Proteção aos animais
Quintal de São Francisco - Fone: 256-7807
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BIBLIOGRAFIA

Bourne, Lois, Auto Biografia de uma Feiticeira, Bertrand Brasil, RJ, 1992.
Conway, D.J., Celtic Magic, Llewellyn's, USA, 1993.
Cunninghan, Scott, Living Wicca, Llewellyn's, USA, 1995.
Frazão, Márcia, revelações de uma Bruxa, Bertrand Brasil, 1994.
Fortune, Dion, Moon Magic, Samuel Weiser Inc., York Beach, 1978.
Grimassi, Raven, Ways of Strega, Llewellyn's, USA, 1995.
Holzer, Hans, Como se iniciar na Bruxaria, Record, RJ, 1980.
Jones, Evan e Valiente, Doreen, Bertrand Brasil, 1992.
Leland, Charles, Etruscan Magic and Occult Remedies, University Books, USA, 1963.
Liano, Jr. Nelson, Bruxas, as Habitantes do Ar, Eco, RJ, 1986.
Starhauk, A Dança Cósmica das Feiticeiras, Record, RJ, 1993.

Considerações sobre o Curso

Sinceramente, o que você achou deste trabalho?
O que você acha que poderia ser acrescentado?
O que você não gostou ou não entendeu?
Você gostaria de formar um Coven em sua Cidade ou Estado?

Eu Gostaria muito que você me enviasse estas e outras questões, pois a sua opinião é importante para a continuidade do meu trabalho!
Se desejar, terei o maior prazer em responder às suas dúvidas.
Por gentileza, mande envelope selado e subscrito para resposta.

Michaela Engel
Caixa Postal 3136
São Paulo - SP
01060-970


RITUAL DE AUTO-INICIAÇÃO

O Ritual de Auto-Iniciação é um compromisso entre você e os Deuses, portanto deve ser feito em absoluta solidão. Escolha uma Lua Cheia, próxima de seu aniversário, se possível, vá para um lugar próximo à Natureza. Uma casa de campo ou praia é o ideal. No dia do Ritual, procure estar em contato com a Natureza. Tire o dia para descansar. Afaste-se um pouco da televisão, dos jornais e de todas as fontes de notícias negativas. Esqueça as contas, os problemas de família e tire o fone do gancho. Escolha um local onde você não seja interrompido. Antes do Ritual, limpe cuidadosamente o local onde ele será realizado, mentalizando que todas as energias negativas estão saindo juntamente com a poeira.
Tome um banho relaxante. Um banho com pétalas de rosa e algumas gotas de perfume é o ideal. Este Ritual pode ser feito ao ar livre, mas como a pessoa deve estar nua, eu acho melhor fazê-lo num recinto fechado para não atrair curiosos, e, principalmente, para não ter problemas com a Polícia!
Você pode seguir à risca o Ritual abaixo, ou usá-lo como base para criar o seu próprio Ritual, o que é bem melhor, pois você deve usar as suas próprias palavras para se dirigir aos Deuses sem ficar copiando ou simplesmente decorando textos de terceiros.
Os Materiais necessários para o Ritual são os seguintes:

• Uma vela preta representando a Deusa
• Uma vela branca representando o Deus
• Quatro velas para os Quadrantes, sendo uma vela preta para o Norte, uma vela branca para o Leste, uma vermelha para o Sul e uma azul para o Oeste (essas são as cores da tradição Celta, se você quiser, pode mudá-las)
• Incensório com incenso do seu agrado
• Um pires de Sal Marinho
• Uma vasilha com água de fonte, de rio ou água mineral. Procure não usar água de torneira
• Um Athame ou qualquer punhal de sua escolha
• Um cálice de Vinho Tinto (caso você não possa tomar bebidas alcoólicas, substitua por suco de maçã ou água)

O Ritual deve ser feito após o crepúsculo. deixe que o local escolhido receba a luz da Lua por alguns minutos. No dia do Ritual, procure não comer carne e nem tome drogas de espécie alguma. Faça um jejum ou coma frutas e verduras.
Quando for para o Círculo, tenha a certeza de que levou o material necessário para não ter que sair e interromper o Ritual. Se houver outras pessoas na casa, peça para que você não seja interrompida durante aquele período.
Durante o Ritual, você deve estar nua, sem jóias ou qualquer adorno. Os cabelos ficam soltos se forem compridos. O objetivo do Ritual é nos apresentarmos aos Deuses da forma mais natural possível.
Acenda as velas em seus respectivos Quadrantes, que devem ser determinados com uma bússola antes do Ritual. Monte o Altar ao Norte, com a vela da Deusa à esquerda e a vela do Deus à direita.
No Altar também devem estar o Cálice, o Athame, o sal, a água e o incenso, que deve ser aceso na vela da Deusa. Você também pode colocar no Altar coisas que sejam importantes para a sua vida e outros objetos de seu agrado. Lembre-se que a liberdade é a essência da Bruxaria!

Apague as luzes e deixe que somente a luz das velas ilumine o aposento.
Segure o Athame com ambas as mãos e trace o Círculo no sentido horário, começando pelo Norte, e diga com energia e máxima concentração:

"- Em nome da Deusa e do Deus, eu traço este Círculo de proteção! Dele nenhum mal sairá. Dentro dele, nenhum mal poderá entrar. Pelos guardiões dos Quatro Quadrantes da Terra, eu convido todos os Elementais da Terra, do Ar, do Fogo e da Água para que entrem nesse Círculo e me auxiliem nessa iniciação."

Volte ao Norte, beije a Lâmina do seu Athame e coloque-o novamente no Altar. Pegue o Sal, jogue três punhados na Água e diga:

"- Abençoado seja o Sal que purifica esta Água!"

Segure a vasilha com a Água salgada e dê três voltas ao redor do Círculo, em sentido horário, enquanto deixa cair algumas gotas no chão. Volte ao Norte e diga:

"- Da mesma forma que o Sal purificou a Água, que minha vida seja purificada pelo Amor da Grande Mãe!"

Pegue o Incenso e dê três voltas ao redor do Círculo, no sentido horário, volte ao Norte e diga:

"- Abençoada seja esta Criatura do Ar, que leva até os Deuses a minha oferenda de Alegria!"

Fique de fronte para o Altar e diga:

"- Eu (diga seu nome completo), compareço diante dos Deuses de minha livre e espontânea vontade, abrindo meu coração para as verdades e ensinamentos da Wicca.
Juro perante os Deuses jamais usar meus conhecimentos para prejudicar qualquer criatura viva ou para finalidades egoísticas.
Juro nunca fazer em meus Rituais de Wicca nada que cause dor, sofrimento, humilhação ou medo a nenhuma criatura viva.
Juro defender meus irmãos e irmãs na Arte, bem como divulgar a Wicca para todos os que desejarem aprender, sem jamais tentar converter ninguém às minhas crenças ou menosprezar as crenças alheias.
Juro amar o Planeta Terra, procurar sempre harmonia com toda a Natureza, e, acima de tudo, colocar sempre a vida humana acima de interesses materiais.
Juro nunca prejudicar meus irmãos da Arte ou revelar seus nomes mágicos, embora eu tenha o direito e a obrigação de me defender contra energias ou pessoas negativas que queiram me prejudicar ou fazer mal aos que eu amo.
A partir de agora, não existe nenhuma parte de mim que não seja dos Deuses; portanto, meu corpo é sagrado. Nenhuma parte dele é impura ou vergonhosa. Meu corpo merece todo o respeito, como fonte divina de vida e prazer.
A partir de agora, a verdadeira autoridade sobre mim virá somente dos Deuses. Não aceitarei nenhum tipo de opressão, nem ficarei ao lado dos que oprimem meus semelhantes em busca de poder.
A partir de hoje, lutarei para que a Justiça do Deus e Amor da Deusa sejam estabelecidos na Terra.
Assim seja!

Pegue o Cálice, derrame um pouco de vinho no chão e diga:

"- Da mesma forma que este vinho se derramou, que o poder seja tirado de mim se eu não cumprir meu juramento!"

Molhe o dedo no vinho, desenhe um Pentagrama no ponto entre as sobrancelhas e diga:

"- Que meus pensamentos sejam guiados pela Luz dos Deuses!"

Molhe o dedo novamente, e desenhe um Pentagrama em cada Pálpebra, dizendo:

"- Que meus olhos vejam o Poder dos Deuses em toda a Natureza."

Molhe o dedo, desenhe um Pentagrama em sua boca, dizendo:

"- Que todas as minhas palavras sejam para propagar o Amor dos Deuses."

Molhe o dedo e trace um Pentagrama em seu coração, dizendo:

"- Que a Grande Mãe esteja em meu coração, para que eu tenha compaixão por todos os seres humanos e por todas as criaturas."

Molhe o dedo e trace um Pentagrama na Região Sexual, dizendo:

" - Que meu sexo seja abençoado pelos Deuses, para que haja fertilidade em minha vida."

Molhe os dedos e trace um Pentagrama em cada um de seus pés, dizendo:

"- Que meus pés me levem pelos caminhos da Felicidade, e que os Deuses guiem todos os meus passos."

Segure o Cálice com ambas as mãos, beba o Vinho, deixando um pouco no fundo, e diga:

"- Este é o Útero da Grande Mãe. Dele eu vim, e para ele eu voltarei com Alegria! Que assim seja, para o bem de todos!"

Jogue o resto do vinho no chão.

O Ritual em si está terminado, mas você ainda pode ficar mais alguns minutos no Círculo para meditar sobre a Bruxaria e todas as promessas assumidas.
Obs.: se você quiser assumir um nome mágico, assim que derramar o vinho no chão, diga:

"- De agora em diante, meu nome perante os Deuses é (diga seu nome mágico)."

Este nome deverá ser conhecido somente por você! Dentro de Um Ano e Um Dia, você poderá fazer um novo Ritual para confirmar seus votos, mantendo ou alterando seu Nome Mágico.
O Ritual de Auto-Iniciação é uma data de muita alegria; portanto, não fique preocupada se errar algumas palavras ou esquecer alguma coisa. Nem precisa ficar preocupada se você não souber falar palavras bonitas. O mais importante é o que está em seu coração, e os Deuses conhecem muito bem as palavras sinceras. Se você não tiver os materiais necessários ou um ambiente propício, improvise dentro das suas condições. Use a imaginação, pois o mais importante é o Amor e a Devoção pelos Deuses.

Obrigada Michaela Engel...